Desde 2020, policiais militares utilizam câmeras operacionais, ou bodycams, durante sua atuação na segurança pública. São Paulo foi o primeiro estado a utilizar o equipamento em larga escala, inicialmente com 585 câmeras portáteis viabilizadas através de uma parceria com a iniciativa privada. Em 2021, o então governador João Doria anunciou a aquisição de 2,5 mil novas câmeras corporais para a Polícia Militar de São Paulo. O equipamento é acoplado aos uniformes e grava automaticamente todas as atividades policiais, transmitindo imagens em tempo real para centrais específicas e garantindo acompanhamento instantâneo das ações em diferentes regiões do estado. “O uso de câmeras portáteis acopladas aos uniformes fortalece a produção de provas e, ao mesmo tempo, protege os cidadãos e os policiais, dando mais transparência ao trabalho da PM”, disse Doria à época. Em agosto, o governador Rodrigo Garcia afirmou que havia 8 mil câmeras em operação no Estado e que, se reeleito, iria adquirir mais 10 mil, com o objetivo de garantir que todos os policiais tenham uma bodycam.

Tarcísio de Freitas, ainda na condição de candidato ao governo, chegou a afirmar que iria rever o uso das câmeras. A fala gerou várias críticas, já que as câmeras não prejudicam a atuação dos policiais e têm diminuído a letalidade entre os agentes de segurança. Estima-se que a letalidade policial caiu 72% no Estado após o uso das câmeras. No primeiro trimestre de 2020, quando nenhum batalhão da PM utilizava a tecnologia, foram 435 mortes cometidas por policiais militares em serviço. No mesmo período desse ano, foram 123 mortes. O número de mortes dos próprios policiais militares em serviço no Estado também chegou ao seu menor índice em 31 anos, com 18 casos em 2020 e quatro em 2021. Entre janeiro e setembro deste ano, três PMs morreram durante o serviço, mas apenas um deles foi vítima de homicídio doloso. Em outubro, Tarcísio de Freitas recuou em sua fala e disse que iria chamar especialistas para avaliar de forma técnica a política pública do uso das câmeras.

Na região, nas três companhias que integram o 4º Batalhão de Polícia Militar Metropolitano – Cel PM Luiz Nakaharada (4º BPM/M), 457 policiais estão habilitados a usar câmeras operacionais. Uma das ações que contou com o uso do equipamento foi o resgate de uma mulher no Jaguaré, vítima de um sequestro.