54 anos da Ceagesp é marcado por discursos sobre a fome

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Foto: Lúcia Helena Oliveira

Lúcia Helena Oliveira
Comemoração contou com a presença de diversas autoridades

Boa música tocada pela Orquestra Jazz Sinfônica, um rap singelo apresentado por crianças da ONG Nossa Turma e discursos contundentes tendo como tema a questão da fome e da insegurança alimentar marcaram as comemorações do aniversário de 54 anos da Ceagesp, na quinta-feira, 1.

Conhecido como o maior entreposto de alimentos da América Latina, é por meio da Ceagesp que a produção do campo, proveniente de vários estados brasileiros e de outros países, alcança a mesa das pessoas não só de São Paulo, mas de todo o país. Em 2022, o volume financeiro comercializado pelos entrepostos da Ceagesp, somando capital e interior, atingiu o montante de R$ 15,5 bilhões. Em quantidade, o volume comercializado pela rede de entrepostos superou 3,7 milhões de toneladas de hortifrútis, flores e pescados.

Esses números trazem a Ceagesp para o centro de um dos mais importantes debates do atual governo Lula: a necessidade de, novamente, trabalhar para a erradicação da fome no país. “É preciso que tenhamos políticas permanentes para garantir a soberania alimentar para todos os brasileiros e, para chegarmos a isso, eu lanço aqui um desafio: reunirmos todas as centrais de abastecimento brasileiras e fazermos um plano nacional de abastecimento para o país, junto com a sociedade civil”, disse o ministro do Desenvolvimento Agrário e Segurança Alimentar, Paulo Teixeira. Para ele, uma das formas de tirar o Brasil do mapa da fome e da insegurança alimentar é incentivando a agricultura familiar. “Por meio de parcerias com esses pequenos agricultores, escolas municipais e estaduais, universidades e outros órgãos e entidades, públicos ou privados, podem oferecer alimentos frescos e de qualidade para as nossas crianças”, ressaltou.

Em um país onde 33 milhões de pessoas convivem com o problema da insegurança alimentar grave, a presidente do movimento Pacto contra Fome, Geyze Diniz, aproveitou a ocasião para chamar a atenção para o fato de, hoje, o país desperdiçar uma quantidade oito vezes maior de alimentos do que seria necessário para suprir essa população. “Então, temos que nos questionar que, em 2023, vivemos em um país que é grande produtor de alimentos, tem uma população que passa fome, mas, ao mesmo tempo, joga fora uma quantidade enorme de comida. Isso só vai se reverter se todos encararmos o problema da fome como nosso, e não apenas de quem tem fome”, lembrou. “Nesse sentido, o objetivo do Pacto é unir todos os setores, governo, iniciativa privada, e terceiro setor, provendo tecnologia e ajudando na elaboração de políticas públicas consistentes para acabar com essa situação”, explicou.

Representando o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, a secretária municipal de Direitos Humanos e Cidadania, Soninha Francine, ressaltou que os serviços sócio assistenciais mantidos pela prefeitura por meio da secretaria, cada vez mais, se responsabilizam pelas ações de segurança alimentar e nutricional da população mais vulnerável da cidade. “Por isso, é preciso estarmos mais próximos dos produtores familiares, para que possamos adquirir produtos de qualidade que garanta a boa alimentação dessas pessoas”, disse.

Como forma de marcar o aniversário do entreposto, o presidente da Ceagesp, Jamil Yatim, destacou a importância do trabalho dos permissionários, colaboradores e dos sindicatos que atuam no local. “Todos nós, juntos, estamos empenhados na missão desse governo de acabar com a fome e a insegurança alimentar no país”, afirmou.

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