Drenagem na Bacia Lapa é tema de debate

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Foto: Divulgação

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Cades Lapa e ambientalistas são contra construção de piscinão na Praça São Crispim

A Consulta Pública sobre  os Novos Cadernos de Drenagem da cidade de São Paulo, realizada na terça-feira, 23, contou com participação expressiva de moradores e ativistas da região da Subprefeitura  Lapa. O evento foi uma iniciativa da Secretaria Municipal de Infraestrutura e Obras (SIURB), responsável pelos cadernos.

A apresentação técnica da Bacia Lapa, área que sofre com recorrentes inundações, revelou causas das enchentes e destacou possíveis soluções que minimizem o impacto das chuvas. Grande parcela da bacia, segundo o técnico da SIURB, André Sosnoski, é impactada pelas inundações por conta dos níveis do Rio Tiete. “As principais causas dos pontos inundações são insuficiência de declividade e  tamanho das galerias, principalmente nos pontos de travessia da linha férrea e alguns pontos localizados em fundo de vale, como a cabeceira do Córrego Tiburtino, na área do Mercado da Lapa, e Córrego do Curtume, próximo ao Poupatempo”, explicou.

Levantamento técnico aponta que na Rua do Curtume, entre a Rua Guaicurus e as ruas Caio Graco e Constança, as águas chegaram a subir um metro de altura.  Nas ruas John Harrison e  Nossa Senhora da Lapa,  as inundações atingiram  1,5 metro.

Para conter esse problema ou minimizá-lo, a SIURB aposta em projetos estruturais e também  nas chamadas  Soluções Baseadas na Natureza (SbN), termo criado pela União Europeia que contempla soluções de engenharia que mimetizam os processos naturais.

As SbN são bandeiras defendidas pelo  Conselho Regional do Meio Ambiente, Desenvolvimento Sustentável e Cultura de Paz (Cades) da Subprefeitura Lapa  e por ativistas  ambientais locais, que criticam a proposição de projetos de reservatórios  ocupando áreas verdes, como o aventado piscinão na Praça São Crispim. Os ativistas defendem como alternativa a construção, por exemplo, de parque linear para mitigar o problema das inundações.  Pedro Luiz Algodoal, engenheiro e consultor da SIURB, diz que a secretaria está aberta ao diálogo para encontrar caminhos alternativos na Praça São Crispim, mas alertou: “Para construir um parque linear seria preciso desapropriar grandes áreas da Avenida Ricardo Medina Filho, algo que não vemos como viabilizar”, ressaltou. “O que pode ser objeto de estudo pela Siurb  é a construção de um sistema de reservatórios de menor capacidade”, adiantou.

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