Praça Nova Lapa celebra 10 anos e recebe obras do Beco do Gita

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Em 14 de dezembro de 2012 foi publicada no Diário Oficial do Município a instalação de um Ecoponto para receber descarte de material de construção na Praça Nova Lapa, que até então era um espaço degradado com ocupação irregular. Moradores do entorno e outros que tinham filhos na escola infantil vizinha se uniram para cobrar a revitalização do local e manter seu uso como área pública de lazer.

Um abaixo-assinado foi criado e os conselhos da região se somaram à luta. Depois de uma série de reuniões com a Subprefeitura Lapa, o Ministério Público recomendou que a praça fosse requalificada para a comunidade e o espaço nunca mais deixou de ser cuidado pela própria vizinhança. A praça se tornou pioneira e exemplo na Vila Leopoldina da promoção de ocupação do espaço público.

Na quarta-feira (14), quando é celebrada a conquista comunitária, foram realizadas atividades na praça, entre elas apresentação musical, meditação, oficina de arte em resíduos para crianças, poesia, exposição de fotos e café da manhã colaborativo. A praça também recebeu obras do artista David Santos Jr., responsável pelo museu a céu aberto conhecido como Beco do Gita.

O Beco do Gita foi instalado em uma viela na região da City Lapa, quando obras começaram a aparecer misteriosamente nas madrugadas de dezembro de 2016, criadas a partir de materiais descartados em caçambas. Uma arte com a proposta de questionar o descarte na sociedade de consumo. O Beco se tornou uma referência para todos que circulavam pelo bairro a pé e de bicicleta, sendo ainda um espaço interativo para a troca de livros e discos. Mas o local também passou por dificuldades com depredações, vandalismo, pichações e furto. Durante seus seis anos, o projeto compartilhou milhares de livros, CDs, DVDs, quadrinhos e peças de roupas para doação, além de servir de inspiração para ciclistas e caminhantes. Com a reforma da viela, entre as ruas Duarte da Costa e Thomé de Souza, o artista promoveu uma renovação das obras que foram reinstaladas na passagem.

No entanto, após uma reunião de moradores do bairro, foi decidido que o ciclo havia terminado, já que muitas obras acabaram sendo furtadas nessa segunda versão do museu.

O Comitê da Praça Nova Lapa propôs receber as obras de David Santos Jr., com a ideia de manter viva a missão da arte que questiona as relações sociais e o desapego.

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