Problema enraizado

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É saudável que exista alternância partidária no comando da cidade. É democrático e uma tentativa de ver qual linha de atuação consegue chegar mais perto de eliminar problemas antigos. Às vezes a troca nem é de partido, mas de um prefeito por outro, quando o eleito decide se candidatar para outro cargo. Quem acompanha a política municipal sabe que isso significa muita mudança, sobretudo nos cargos de coordenação e gestão das centenas de equipamentos da cidade. Os jornalistas que lutem para descobrir os nomes dos novos responsáveis e conseguir os contatos de seus assessores.

Essa introdução é apenas para ilustrar que, independentemente de quem está no cargo máximo do executivo, existe interesse nos locais que recebem aporte de dinheiro público, seja para administrar esses recursos ou oferecer empregos.

E existe a corrupção. Corrupção que muitas pessoas insistem em atribuir a um ou outro candidato do posto máximo do país, o presidente ou o ex-presidente, como se ela fosse relacionada ao caráter pessoal (o que muitas vezes é sim aplicável), quando na verdade a corrupção é algo institucionalizado em todas as estruturas que conhecemos. Ela existe no executivo, no legislativo, no judiciário, nas empresas e em equipamentos individuais. Pode ter mudança de partido nas três esferas da administração pública e ela continuará lá, sem que o rosto e nome dos envolvidos seja conhecido.

Essa semana aconteceu um episódio em que um esquema foi revelado. E foi na Lapa. Porque existem agentes envolvidos na missão hercúlea de combater a corrupção, tão sabida, mas que requer provas para que se parta para a ação.

Para fazer a matéria explicando o que aconteceu essa semana, que culminou na prisão de duas pessoas e exoneração da subprefeita, fui revisitar a matéria que escrevi poucos meses atrás falando do início do inquérito. Ao pesquisar no buscador do nosso site pelo termo “corrupção”, vi que temos um acervo de matérias que falam sobre prefeitos regionais e subprefeitos que apuravam “casos de propina” ou “esquemas irregulares”. Isso em uma subprefeitura, dentre 32 que existem. E sabemos que aquilo que acontece em um órgão público, é facilmente encontrado em todos os outros.

É difícil determinar a origem da corrupção. Talvez ela seja inata a qualquer lugar que envolve dinheiro e poder, ressaltando que isso não ocorre somente na esfera pública, mas também em empresas particulares. O que precisamos determinar urgentemente é o fim da corrupção que prejudica a qualidade de vida dos moradores da cidade, contribuintes que querem que o seu dinheiro seja utilizado para uma cidade mais justa, com melhores serviços e atendimentos para todos.

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