O casal das|marchinhas

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Foto:

Casamento regado a marchinhas

“Doutor, eu não me
engano/Meu coração é corinthiano…”, “A pipa do vovô não sobe mais/A
pipa do vovô não sobe mais…” essas e outras marchinhas carnavalescas
que a gente nunca esquece depois de ouvir algumas vezes é obra e arte
do casal Ruth Amaral e Manoel Ferreira, moradores de Perdizes há 38
anos.
Manoel teve a vida sempre ligada à música. Trabalhou em
gravadoras e há 55 anos compõe. Já teve mais de 100 músicas gravadas
por gente como Sílvio Santos, Ana Maria Braga, Elza Soares e até a
pequena Marisa, do SBT.
“‘Jardineira’, que era cantada por Orlando
Silva, foi a música que me levou a compor”, diz ele, “era tão linda e
todo mundo cantava. Pensei: quero fazer algo assim”. Fez e acabou
conseguindo emplacar muitos sucessos. A parceria ficou completa quando
conheceu e casou com Ruth.
Até a cidade São Paulo mereceu uma
música do casal, por ocasião dos seus 450 anos, e que pode ser ouvida
no site deles. Mas é no carnaval que o trabalho deles é mais executado,
seja nos blocos de rua ou bailes.
O apresentador Sílvio Santos
anualmente recebe uma nova composição da dupla e geralmente a marchinha
acaba caindo na boca do povo. “O Sílvio é muito legal e, quando
apresento a música para ele, em geral, a gravação fica pronta na
primeira vez”. Neste ano, ele gravou “Ai ai, ui ui”. O sucesso “Coração
Corinthiano” (1968) é fruto da parceria do casal com Gentil Jr.
No
primeiro sábado deste fevereiro, Ruth e Manoel foram homenageados pelo
bloco carnavalesco “Passaram a Mão na Pompeia”, que fez seu tradicional
desfile pelas ruas e bares do bairro. “Foi uma homenagem muito bonita”,
afirma Manoel, que saiu do hospital no dia anterior e participou do
desfile do bloco ao lado de Ruth. Eles cantaram junto com a banda
algumas de suas marchinhas mais conhecidas, que muita gente desconhecia
a autoria.
Corinthianos apaixonados e fãs da Gaviões da Fiel, Manoel
e Ruth até agora não tiveram nenhuma escola de samba interessada em
prestar uma homenagem à dupla. “Quem sabe um dia desses alguma delas
resolve fazer isso”, diz com alguma esperança o compositor de Gelinho
(1969) “Me dá um gelinho aí/Que eu tô a cem por hora…”

http://manoelruth.kit.net

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