As contadoras Silvia Lopes e Paula Lisboa apresentam histórias de um jeito muito divertido e desperta nas crianças o prazer da leitura. Sábado às 17h30. Grátis. Fnac Pinheiros. Avenida Pedroso de Morais, 858, Pinheiros. Telefone 3579-2003.
Um retrato da|melhor idade
No dia 1º de outubro se comemora o Dia Internacional do Idoso. O que você buscou com o livro? Quando pensei no projeto de um livro novo (é autora do livro Como foi entrevistar os cada um dos “mestres”? Entrevistar os “mestres” foi um prazer imenso. Aprendi muito Quanto tempo transcorreu entre o projeto e o lançamento do Do início ao fim, foram dois anos de trabalho. E graças ao Como você escolheu os entrevistados. Que critérios Tem de todos os tipos. Tem gente famosa – Dona Canô, mãe de Você resolveu distribuir 100 exemplares do livro para serem A trajetória mais comum de um livro é que as pessoas comprem, E esses exemplares estão circulando como você Os livros estão circulando sim! Tenho recebido e-mails de O livro foi escrito para que tipo de público? Mestres do Tempo é um livro para pessoas de todas as idades, A participação do jovem fotógrafo Victor Dragonetti (Drago) no A escolha do Drago foi proposital. Além do talento dele, eu O livro está sendo vendido nas livrarias da Vila Mestres do Tempo está sendo vendido nas livrarias aqui da Vila O site – www.mestresdotempo.com.br – foi criado para receber O site não vende livros. Ele é um espaço para que as pessoas Está em seus planos fazer uma continuação com novos Meu próximo objetivo é escrever um novo livro com os mestres Você mora na Vila Madalena desde quando? E o que acha da Moro na Vila Madalena há um ano e pretendo morar aqui para
O Brasil está envelhecendo e aquela imagem do idoso sentadinho na cadeira de
balanço brincando com os netinhos e netinhas, ou esperando o tempo passar, ficou
para trás. Muitas dessas pessoas hoje são arrimos de famílias e estão a cada dia
mais atuantes, muitos deles verdadeiros exemplos para jovens que um dia,
provavelmente também vão envelhecer. A escritora e consultora cultural
Alessandra Trindade, moradora da Vila Madalena, resolveu transformar as
histórias de 25 personagens brasileiros que já entraram na melhor idade em
livro. Eles e elas contaram para Alessandra como viveram até agora. “Eles não
viram o tempo passar, pois sempre estiveram tão focados em viver sua vida que o
tempo passou e nem se deram conta disso. E para eles isso também não importa. O
importante é estar sempre fazendo aquilo de que gostam, em que acreditam”,
escreve a autora na abertura do seu livro “Mestres do Tempo Relatos do Século XX
Para Viver o Século XXI” (Ed. Gente, 128 páginas, R$ 69,90). O lançamento da
obra aconteceu no dia 13 de setembro no Centro Cultural Rio Verde na Vila
Madalena. Alessandra conta nesta entrevista como foi fazer este livro.
“Cachaça: um amor brasileiro”), quis escrever algo que fizesse bem àqueles que
estivessem lendo. Um livro que pudesse motivar os leitores, que pudesse
inspirá-los a buscar algo melhor para suas vidas. Para que cada leitor pudesse
se identificar com pelo menos um dos mestres, busquei apresentar pessoas de
perfis bem diferentes: tanto em suas atuações quanto de diferentes regiões do
país.
com cada um deles. Meu encontro com eles não era uma entrevista formal, até
mesmo porque não sou jornalista e não tenho ou não sei as técnicas de como fazer
uma entrevista, e sim um bate papo com gente que tem muita historia para contar,
gente cujo entusiasmo com a vida é algo contagiante.
livro?
patrocínio que consegui foi possível concluir o livro.
usou?
Caetano Veloso, o músico Paulo Vanzolini e a atriz Cleyde Yáconis. E outras
personagens como dona Chloé Siqueira, moradora da Vila Madalena e Raimunda Gomes
da Silva, nordestina e líder comunitária de mulheres quebradeiras de
coco-babaçu. Entrevistei 25 pessoas porque essa era a quantidade de pessoas
estabelecidas no início do projeto. Mas há muitos mestres espalhados por todos
os lugares. Sempre que contava para as pessoas que eu estava escrevendo esse
livro era comum ouvir que elas tinham “mestres” para me indicar.
lidos e circularem. Conte a razão.
leiam e guardem em suas estantes. Quando decidi colocar 100 livros para
circularem, meu objetivo foi de que daqui a cinco, dez anos, essas lições possam
continuar circulando, ou seja, daqui a dez anos alguns desses 100 livros ainda
estarão vivos, viajando pelo mundo e levando as histórias dos mestres a outras
pessoas. Ficaria muito feliz se outros escritores fizessem o mesmo. Podem até
colocar menos livros para circulação, mas que reproduzissem essa ideia que eu
pretendo colocar em prática toda vez que eu lançar um novo livro.
idealizou?
pessoas que receberam de outras pessoas, isto é, alguns números já estão nas
mãos da segunda pessoa. Um dos e-mails inclusive me disse que fica imaginando
onde estará o livro em 2010, 2011… Em breve o site terá um mapa com todas as
localidades onde o livro esteve. Também indicaremos alguns números de livros
cuja trajetória seja diferente (por exemplo, livros que saíram do país ou mesmo
livros que tenham passado por varias cidades).
afinal, acredito que sempre é tempo de refletirmos sobre nossas vidas e
buscarmos maneiras de como torná-la melhor. Um jovem pode ler o livro e se
inspirar pela vida de pessoas tão mais velhas mas que mantêm a curiosidade e o
entusiasmo tão presente entre os mais jovens. E alguém mais velho e que esteja
começando uma nova atividade e fazendo planos para o futuro pode se motivar com
pessoas ainda mais velhas.
projeto foi um acaso ou proposital pela diferença de gerações entre ele e os
entrevistados?
quis que alguém bem jovem pudesse participar do livro e pudesse expor a sua
visão sobre a vida destes “mestres”.
Madalena?
sim! FNAC, Livraria da Vila…
correspondências e futuros “candidatos” a mestres?
possam indicar onde o seu livro está, para que possam acompanhar os locais por
onde os livros passaram, também poderão acessar fotos que não estão no livro
(making of) e um espaço para se comunicarem comigo. Poderão enviar mensagens
contando o que acharam do livro ou mesmo sugerindo outros mestres (para futuras
edições, que pretendo publicar com indicações de leitores).
mestres?
indicados por pessoas desconhecidas, com as indicações vindas pelo site.
Vila?
sempre.
Banho Maria.
Loja de roupas infantis, de zero a dez anos agora tem loja na Vila Madalena. Fabricação própria de roupas para o dia-a-dia e moda praia. Revende marcas como Babu Uabu, Grão de Gente, Inguele e outras. No último sábado de cada mês, a loja promove uma “slingada”, que é uma oficina para ensinar as mães como usar os slings (sacos de carregar bebês), vendidos na loja em várias estampas. Banho Maria. Rua Purpurina, 213, Vila Madalena. Telefone 3224-9114.
Treinador de ouro|do voleibol
Uma
das figuras mais ilustres da famosa geração de ouro do vôlei
brasileiro, o jogador Giovane Gávio jogou em 414 jogos pela seleção
brasileira, conquistando inúmeras medalhas e chegou a ser premiado como
o melhor jogador do mundo em 1993. Depois de tantos anos dentro das
quadras, esse mineiro de Juiz de Fora agora fica do lado de fora, como
treinador. Atualmente no comando do time do SESI-SP, que treina no Sesi
da Vila Leopoldina, Giovane nos recebeu durante um de seus treinos para
nos contar sobre sua carreira como jogador e treinador de vôlei e
também sobre suas impressões do bairro.
Como você começou no vôlei?
Comecei
em Juiz de Fora, interior de Minas Gerais. Tinha 12 anos, na época em
que a seleção brasileira tinha sido vice-campeã mundial e vice-campeã
olímpica. Então, todo mundo na escola jogava vôlei, só se falava em
vôlei. Aí comecei a treinar.
Como foi sua primeira vinda para São Paulo pelo time do Banespa?
Foi
em 1987, fui contratado pelo Banespa como juvenil. Foi o primeiro
contato que tive com um time profissional. E foi quando eu conheci pela
primeira vez grandes jogadores e tive a oportunidade de ver de perto
realmente como era ser um jogador. Dessa casa saiu eu e o Marcelo
Negrão. Nós começamos juntos.
Depois você jogou na Itália.
Em
1990 fui contratado para jogar lá. Já era da seleção brasileira e
fiquei quatro anos na Itália. Foi uma experiência muito boa e
enriquecedora.
Há diferença no vôlei italiano e no brasileiro?
Na
época tinha mais, agora já está mais equilibrado. Os melhores jogadores
do mundo iam para lá. Era o melhor campeonato do mundo. Como
aprendizado, foi muito bom. Nesse meio tempo veio a primeira grande
conquista, que foi a medalha de ouro olímpica em 1992.
Como foi sua experiência na seleção?
A
primeira convocação foi em 1989. Em 90, teve mundial no Rio de Janeiro
e ficamos em quarto lugar. Já foi uma experiência muito forte. Depois
em 92, veio a medalha de Barcelona, e nossas vidas mudaram. Começou a
ter muito assédio, viramos ídolos.
Dos títulos que você conquistou com o time, o de Barcelona foi o que mais significou?
Foi.
Acho que você romper a barreira da vitória, a dificuldade da primeira
vez, é sempre muito marcante. A gente era muito jovem ainda, não tinha
muita noção de nada. Foi um aprendizado muito grande, experiência
única. Depois fui bicampeão olímpico. Foi tão bom quanto, mas a
primeira é diferente. As coisas novas sempre marcam muito mais.
Você ganhou muitos títulos individuais também. Tem algum mais especial?
Em
1993, fui eleito o melhor jogador do ano naquele ano. Era um sonho de
criança, mas eu digo que trocaria esse título por algum outro que
perdemos, como o campeonato mundial em 94 e a olimpíada em 96. Quando
jogamos em esportes coletivos, podemos até conviver com prêmios
individuais, mas não acho que é o mais importante, não.
Como foi fazer parte da chamada geração de ouro do vôlei?
Isso
foi a parte mais bacana de toda a minha carreira como jogador, ter
feito parte dessa e da outra também, a que foi campeã em 2004. Foram
dois momentos diferentes do vôlei. Em 1992, tinha vantagem, um jogo
mais lento, mais técnico. Em 2004, era um jogo mais rápido, mais forte.
Ter participado das duas foi muito bom também pelo aspecto de que, em
92, eu jogava mais. Em 2004, eu não jogava tanto. Ficava mais no banco.
Mas participava com outras coisas que antes eu não participava. Foi uma
experiência que serviu e vai servir de lição para o resto da vida.
Como foi o tempo que você foi jogador de vôlei de praia?
Foi
bom ter passado por esse período. Uma experiência diferente, um tipo de
jogo diferente. No vôlei de praia, você participa mais do jogo. A gente
acha que é fácil e é muito difícil. Todo mundo queria ganhar da gente.
Não era fácil suportar essa pressão.
De onde surgiu a parceria com o Tande?
Foi
na olimpíada de 96. Eu não aguentava jogar mais na quadra, tinha sido
muito criticado, muito perseguido como responsável pela derrota. Eu
falei que iria embora jogar em outro lugar, ter uma vida diferente. Eu
liguei pro Tande, tentando formar uma dupla com ele. Ele aceitou e foi
uma experiência muito bacana.
E como você resolveu que era a hora de sair do vôlei de quadra?
Eu
já tinha conquistado Atenas, o bicampeonato olímpico, tinha sido
campeão mundial de 2002. Tinha recebido uma proposta para gerenciar um
projeto de vôlei de uma universidade. E isso me encantou. Eu falei que
já não tinha muito a acrescentar como jogador. Agora seria do lado de
fora. Fiquei dois anos como gerente de esporte desse projeto, em
Florianópolis, e depois resolvi virar técnico.
Como foi seu convite para vir treinar o SESI-SP?
Foi
uma coincidência de interesses. Precisávamos de alguém e o SESI estava
buscando uma oportunidade de entrar em um esporte de alto rendimento.
Aí unimos o útil ao agradável. E, em pouco tempo, a estrutura aqui foi
sendo adaptada. Hoje, temos umas das melhores estruturas do voleibol
brasileiro.
Quando você voltou para São Paulo?
Eu voltei em maio. Moro no Alto de Pinheiros, perto do Shopping Villa-Lobos.
Você já conhecia a região?
Não
conhecia e me surpreendi bastante com a qualidade e o crescimento que
teve. Nem parece que você está em São Paulo. Um bairro tranquilo, onde
a gente consegue levar uma vida um pouco fora da correria toda que São
Paulo tem. A maioria, 95% do time mora na rua, na Carlos Weber, e isso
facilita bastante. E o Parque Villa-Lobos oferece para a gente uma
opção legal de lazer no fim de semana. Eu tenho quatro filhos e eles
precisam correr. Foi uma grande oportunidade. Estamos supercontentes
aqui.
Tem algum lugar que vocês gostam de ir por aqui?
Durante
os primeiros meses, malhamos na academia aqui da frente, a Vibe.
Tomamos café na padaria aqui do lado. Eu faço compra de frutas e
verduras na Ceagesp. Nossa vida é muito corrida, então não temos muito
tempo para fazer muita coisa.
Como você se sente sendo o treinador agora?
É
um desafio. Cada dia a gente aprende mais. O relacionamento com as
pessoas é muito importante. Antes eu me preocupava comigo, com a minha
gestão. Hoje, tenho que me preocupar com 30 pessoas. Acho que esse é o
grande diferencial: estar sempre tentando antecipar as coisas que vão
acontecer.
Você não fica com vontade de entrar no meio do jogo, principalmente quando eles fazem algo errado?
Não,
passou já. No começo, dava. Agora não. De vez em quando eu bato uma
bolinha. Mas tenho conseguido ter satisfação como treinador, em ver a
equipe jogando bem, ver o time se realizando. Acho que isso é o motivo
de eu ter escolhido esta profissão: continuar tendo essas sensações.
Como está, este ano, o trabalho do time?
Está
bom. O primeiro campeonato que disputamos a gente ganhou, que foi a
Copa São Paulo. Agora estamos disputando o segundo, o Campeonato
Paulista. Semana que vem começam as semifinais. Espero participar de
mais uma final. E espero ver essa arquibancada lotada, cheia de
crianças, cheia de gente sentindo entusiasmo por esse time.
Você também dá palestras. São motivacionais?
Isso.
São experiências que eu vivi ao longo desses anos. Não é nenhuma
fórmula de sucesso, nenhuma receita de nada. Eu só compartilho essas
histórias, acontecimentos que servem de estímulo para muita gente. Não
tenho pretensão de ensinar nada para ninguém, só de compartilhar.
Como você lida com seus fãs?
Agora
eu lido com as filhas das minhas fãs. Minhas fãs tinham 16, 17 anos.
Agora já devem estar com 30 e poucos anos. E já tem filhas de 10, 11
anos. Já estou pegando a segunda geração. É legal. De vez em quando
elas vêm e falam “minha mãe pediu para tirar uma foto” (risos). O
assédio, o brilho dos olhos de uma criança que olha para você como se
você fosse um super-herói é muito marcante, muito gostoso. Ser
apreciado, admirado por alguém é muito bom, ainda mais sendo que você
fez uma coisa boa.
O que o vôlei te proporcionou na vida?
Hoje,
minhas amizades estão dentro do vôlei. Tudo o que tenho foi graças ao
vôlei. A maior riqueza que conquistei, na minha opinião, foi o respeito
e a admiração das pessoas. Motivar uma pessoa que às vezes está
desistindo de lutar. Isso é a coisa mais valiosa que eu tive.
E pretende seguir essa carreira de treinador por um bom tempo?
Ah,
sim. Tem que querer e almejar sonhos maiores. Tenho muita coisa para
adquirir ainda. Às vezes não é só estudando. É passando pelas
dificuldades, pelas experiências, que a gente vai aprendendo.
Deu Jazz reúne|famílias na rua
Admiradores, artistas, moradores e famílias inteiras tomaram a rua Cajaíba próxima a Cotoxó para assistir as apresentações do Deu Jazz na Pompeia, no sábado, 3. O evento, organizado pelo Centro Cultural da Pompeia em comemoração ao aniversário do bairro, aconteceu em frente ao bar Tiro Liro, dirigido por Antonio Carlos Bastos, Sérgio Bastos e Léo Bastos (de tradicional família da região). Segundo os organizadores, cerca de 1500 pessoas passaram pelo evento. Entre as atrações estava Arismar do Espírito Santo que levou para seu show o saxofonista americano Harvey Wainapel seguido de Bocato e banda (Free Jazz) que encerrou a programação. Para o vereador, José Police Neto, o evento foi um sucesso e reuniu grandes artistas em um só local. O parlamentar levou sua filha para de divertir na Tenda das Artes. “A proposta do evento foi cumprida”, avaliou o presidente do CCP, Cleber Falcão.
Lapa de Baixo pode|ser rebatizada
Uma proposta, que de certo trará à tona discussão,
passa a ser defendida pela Associação Amigos da Lapa de Baixo: a mudança do nome
do bairro para Nova Lapa. “A região precisa ser revitalizada e nós vamos lutar
por melhorias. Entendo que mudar o nome ajudaria a dar um grande impulso nessas
conquistas”, defende o presidente da entidade Walter Rivetti, que conta com
apoio do presidente das Associações Amigos de Bairro da Região da Lapa
(Consabs), José Bendito Boneli Morelli.
A moradora Selma Gazolli discorda.
“A Lapa como é hoje conhecida teve sua ocupação inicial na Lapa de Baixo junto
da estação de trem. O nome Lapa de Baixo veio com a construção da passagem
subterrânea, que dividiu a Rua 12 de Outubro. O nome correto para Lapa de Baixo
é Lapa, as outras é que deviam se chamar Nova Lapa de Cima, Nova City Lapa.
Outra coisa, ninguém que mora na Lapa de Baixo foi consultado sobre esta
mudança”.
Fique de bem|com a vida
Viver
é muito mais do que comer e morar dignamente. Para viver bem, é
essencial atender todas as necessidades do corpo, da mente e do
espírito – e isso requer um conjunto de fatores. Sem nos alongarmos
nesses itens, podemos destacar que um fator importante do ser humano é
o sexo. Não essa banalidade que vemos divulgadas por aí, mas o direito
pessoal de ter uma vida saudável nesse quesito.
O psicólogo Oswaldo
Rodrigues Jr., do Instituto Paulista de Sexualidade, há 25 anos na
profissão e há 14 no comando de sua clínica, trata de questões ligadas
à sexualidade, e é referência no País e no exterior sobre o assunto.
Prestes a iniciar um grupo de estudo sobre disfunção erétil (veja box
no final da entrevista), ele fala sobre sua experiência clínica. Numa
casa tranquila, próxima à Avenida Sumaré, Oswaldo nos concedeu esta
entrevista.
É difícil falar sobre sexo?
Na verdade,
fomos criados para cumprir alguns papéis principalmente relacionados ao
trabalho, à vida social, familiar. Relacionamento e sexo, bem, essas
são situações para quais nós, humanos, não fomos criados. A gente
aprende que temos que casar na frente de todo mundo, fazer a festa e
está tudo feito. Problema sexual é diferente de uma dor de dente. A dor
de dente faz o paciente ir ao dentista imediatamente. Os problemas
sexuais fazem com que as pessoas aguardem de cinco a dez anos antes de
procurar a solução para o problema. Então esses homens ou mulheres,
mesmo os mais jovens, demoram para procurar um tratamento.
E fica difícil saber o que vai acontecer, né?
Porque
sexo é uma coisa da qual a gente não aprende a conversar e a discutir,
e isso dificulta muito os casais e aí tem essas outras dificuldades que
vão acontecendo. Sexo não adianta pegar um livro, ler e saber o que
fazer. A comunicação é o ponto principal. E por isso procuramos
resgatar a situação que eles não desenvolveram, não puderam
desenvolver, tiveram dificuldades de desenvolver e aí conseguimos fazer
alguma coisa, através de um processo de psicoterapia que implica mudar
atitude e facilitar os novos comportamentos.
Isso é muito comum entre os casais?
Uma
das coisas que a gente percebe é que muitas pessoas, muitos casais
precisam de melhorias nas suas vidas sexuais. Algumas pessoas têm
queixas específicas sexuais, outras têm queixas um pouco mais
nebulosas, e a nossa proposta é fazer atendimento em psicologia, em
psicoterapia, em pessoas ou casais que queiram melhorar seu bem-estar
sexual, com vistas de melhorar sua vida de forma geral. É muito comum o
que a gente chama de inadequação sexual do casal, quer dizer, como o
casal se integra sexualmente para que sinta bem com o outro. Muitas
vezes temos um casal aqui discutindo e aprendendo a se comunicar de uma
forma efetiva e afetiva para que o sexo e o relacionamento a dois possa
acontecer.
Quais são as principais queixas?
Atendemos
queixas específicas, como, por exemplo, dificuldade de ereção, de
controle ejaculatório, falta de ejaculação na relação, dificuldades
relacionadas a desejo, diminuição ou excesso, ou desejo descontrolado,
ou variações de comportamentos sexuais que às vezes são complicados de
serem sustentáveis num casal, ou mesmo socialmente. E mulheres com
queixas de orgasmo, com dificuldades de permitir ou ter penetração,
dificuldade de lubrificação vaginal, também dificuldade de desejo.
O que fazem os psicólogos?
Nosso
papel é ajudar esse período de comunicação, afetivo, fazer com que esse
casal aprenda uma comunicação emocional e sempre discutimos questões e
técnicas sexuais, as soluções dos próprios problemas específicos que
dependem de desenvolvimento e algumas vezes de técnicas, mas são na
verdade atitudes que envolvem pensamento, emoção e o próprio
comportamento. A técnica atinge só o comportamento, não atinge
necessariamente a contribuição e a emoção.
E quem procura mais, casais mais velhos ou casais mais novos?
Olha,
ao longo de 25 anos atendendo, tem uma variação de coisas. Por exemplo,
no final da década de 1980 e começo de 1990, existiam muitos homens
sozinhos que procuravam tratamento porque houve uma grande divulgação
das questões masculinas. Antes, na década de 1970 e começo de 1980,
existia muita divulgação das questões dos problemas femininos, através
das revistas femininas. Então, no final da década de 1980, começaram a
aparecer muitos homens sozinhos, que diziam ter um problema e queriam
resolver para chegar em casa já resolvidos. Depois ficou mais comum
recebermos pessoas mais velhas e depois começaram aparecer pessoas mais
novas por causas dessas pílulas. No Brasil, aconteceu um fenômeno
interessante, diferente dos Estados Unidos ou alguns países europeus,
onde essas pílulas são compradas por pessoas mais velhas de uma maneira
mais coerente.
Fale um pouco sobre esses comprimidos.
Muitos
homens podem ir até a farmácia e tomar um comprimidinho, por exemplo,
para experimentar. Mas eles não percebem que na bula diz que é e
necessário ter desejo sexual e é necessário ter ambiente erótico, ou
seja, na verdade dependemos da nossa parceira. É verdade que essas
pílulas funcionam e ajudam até mesmo quanto aos estímulos físicos, se
não houver nada errado. O que aconteceu no Brasil na última década?
Muitos jovens passaram a experimentar as pílulas e perceberam que elas
não funcionavam. Aí veio a sensação maior de carga de culpa.
Então nem todos tinham problemas?
Sim,
alguns não tinham o problema e agora passaram a ter! Começou a
acontecer de casais jovens estarem chegando até aqui. Atendemos até
adolescentes. Alguns com 15, 16 ou 17 anos chegam aqui trazidos pelos
seus pais, inclusive, que marcam consulta dizendo ‘nosso filho está com
problemas, descobrimos que ele está com impotência’. Uau! Se os pais já
estão sabendo, vamos lembrar que a intimidade e a privacidade já se
tornaram pública, então, para esse adolescente, se torna mais um
problema.
A maioria que vem aqui tem um relacionamento estável?
É,
80% deles vêm porque tem um relacionamento estável, mas ainda tem uma
porcentagem que vem sozinha. Tem gente que chega aqui até com 40 anos
de idade e diz não ter tido nenhuma relação sexual, não ter namorada.
No entanto, há muitos casais que procuram porque começaram a perceber,
até mesmo pela discussão mais pública, que sexo se faz a dois. Quando
ele vem sozinho, a primeira coisa que fazemos é perguntar pela
parceira, porque vai chegar um momento em que a parceira vai precisar
estar presente. Existe a questão individual que precisa ser tratada por
psicoterapia – os medos, as dificuldades de comunicação –, mas existem
momentos que a parceria precisa estar lá, é necessário troca.
Isso quer dizer que o casamento está em alta?
Não
sei te dizer, mas existe uma coisa na nossa cultura que valoriza o
casal. Uma coisa importante: homens solteiros morrem mais cedo, de 10 a
15 anos antes que os casados! Você sabe, os homens ainda acreditam que
viver sozinhos e solteiros seja um glamour porque saem com qualquer
uma, mas isso é mentira. Estatisticamente, os casados fazem mais sexo.
Porque os solteiros não saem todo dia para fazer sexo. Então são
fantasias mesmo.
Até o dia 14 de dezembro o Instituto Paulista de Sexualidade estará recebendo inscrições para a participação gratuita no Grupo de Tratamento para Disfunção Erétil.
A disfunção erétil é conhecida pela dificuldade ou incapacidade de obter ereção suficiente para relação sexual, dificuldade que pode agravar diversas outras áreas da vida social e pessoal do indivíduo, tais como baixa autoestima, ansiedade, depressão, sentimentos de culpa e prováveis desencontros conjugais. O tratamento será feito em consultas semanais de 90 minutos, às segundas-feiras, com início dia 4 de janeiro de 2010, para um grupo de 15 homens, no máximo. O tratamento é grátis e terá duração de oito meses.
O estudo será conduzido por psicólogos da clínica. Para maiores informações, telefone 3662-3139 ou e-mail inpasex@uol.com.br.
Proibido não tocar.
Crianças em contato com Bruno Munari. Exposição do Museo dei Bambini, de Milão, a mostra é voltada para o público pré-escolar e apresenta a obra de Bruno Munari. Todas as peças podem ser tocadas pelos pequenos. Até 23 de agosto. Grátis. Sesc Pinheiros. Rua Paes Leme, 195, Pinheiros. Telefone 3095-9400.
Só sonho samba.
Música ao vivo, marionetes de fio, samba e muita diversão compõem o musical infantil. O espetáculo da Companhia de Bonecos Urbanos segue temporada até 27 de setembro, sempre aos domingos às 15h. O grupo se apresenta também no feriado de 7 de setembro, no mesmo horário. No palco, 11 bonecos, manipulados por três atores, resgatam a história do samba paulista misturando diferentes técnicas de manuseio, como varas, manipulação direta (Bunraku teatro de animação japonesa) e bonecos de fio. Além disso, um cenário composto por material reciclável complementa a atmosfera de uma vida em comunidade. O arremate final fica por conta de uma banda ao vivo formada por três músicos, dois percussionistas e um violonista, para dar ritmo à trilha sonora criada pela Companhia especialmente para peça. R$ 8 (inteira). Sesc Pinheiros. Rua Paes Leme, 195. Telefone 3095-9400.
Dorival Caymmi – Em busca da Brasilidade.
Poucos autores marcaram tanto a música brasileira como o baiano Dorival Caymmi. Sua intervenção na MPB será o tema desse curso, em três encontros semanais, irá explorar sua obra. O evento é fruto do livro Caymmi Sem Folclore, de André Domingues. Dias 14, 21 e 28 de Agosto, das 19h30 às 21h30. Grátis. Centro Cultural e de Estudos Superiores Aúthos Pagano. Rua Thomé de Souza, 997, City Lapa. Telefone 3836-4316.