Moradores da Vila Ipojuca denunciam atendimento precário em UBS

0
232

Foto: Divulgação

Divulgação
Comissão de moradores quer volta da administração direta

Uma comissão de moradores da Vila Ipojuca, usuários da UBS “Dra. Wanda Coelho de Moraes”, está lutando junto à Secretaria Municipal de Saúde (SMS) e a vários órgãos competentes para melhorar o atendimento no equipamento. De acordo com o grupo, desde que a unidade básica de saúde passou a ser administrada pela Organização Social (OS) Associação Saúde da Família, em 2020, o atendimento vem piorando.

“As consultas duram apenas quinze minutos, faltam remédios e fraldas e a marcação de consultas pelo aplicativo Agenda Fácil não funciona, o que leva uma verdadeira romaria de usuários à UBS para tentar agendar um horário”, descreve a moradora Lúcia Skromov. Ela lembra, ainda, que a UBS é usada por muitos moradores idosos, o que agrava o quadro.

Os moradores, em conjunto com conselheiros de saúde, protocolaram documentos relatando a situação na própria UBS, no gabinete do representante da Comissão de Saúde e na SMS, além do Tribunal de Contas do Município. Um relatório detalhado também foi encaminhado ao Ministério Público e levado ao conhecimento da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e da Secretaria da Justiça e Cidadania do Estado de São Paulo.

Segundo Lúcia, a movimentação já surtiu algum efeito. “O secretário da Saúde, Luiz Carlos Zamarco, moveu-se de modo a buscar as causas do descaso com que foram tratados os usuários da UBS da Vila Ipojuca. Como resultado houve demissões, aposentadoria e possíveis advertências. O gerente, Dênis Rossmann, foi demitido pela Associação Saúde da Família”, explica ela. Após a demissão, uma nova gestora assumiu no dia 4/7com o aval da Supervisão Técnica e da Coordenaria da Saúde da Zona Oeste.

Mas, de acordo com a moradora, os usuários entendem que não basta mudar de direção, porque os dilemas continuam.  “Mudar a direção não resolve, uma vez que a política de gestão das OSSs segue a mesma, está baseada em metas que, para serem cumpridas, o atendimento médico tem se dar em 15 minutos, sob pena de sair atrasado para seu outro emprego ou, em caso de reincidência, ser demitido. A saúde funciona em regime de produção, o que afeta o acolhimento. A humanização pregada pelo SUS desaparece diante do processo industrial”, afirma Lúcia.

Para que o atendimento na UBS melhore, os moradores pedem a volta da administração direta. Para tanto, estão organizando um abaixo assinado que, segundo a comissão, já conta com 3 mil assinaturas físicas e 300 online. Em meio às reclamações, os moradores aguardam a transferência do equipamento, que hoje funciona na Rua Catão, para um prédio maior, localizado na Rua Sepetiba, que já está em fase de licitação.

O JG entrou em contato com a Secretaria Municipal da Saúde mas, até o fechamento desta edição, não obteve resposta.

 

NO COMMENTS

LEAVE A REPLY