Ato pede reabertura do Hospital Sorocabana

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Uma manifestação foi realizada no sábado (7) em frente ao Hospital Sorocabana. O evento organizado pelo Comitê de Defesa do Hospital Sorocabana teve apoio da Apeoesp Lapa e reuniu moradores e três vereadores, Celso Giannazi, Luana Alves e Juliana Cardoso.

Com cartazes espalhados nos muros do equipamento de saúde e carro de som, o coletivo defendeu a importância de não só reformar e reabrir os cinco andares que estão desativados como garantir que o atendimento seja para os usuários do SUS, com gestão direta da Prefeitura sem terceirização para uma organização social (OS). “Ainda estamos na pandemia e por isso mantemos os protocolos de segurança sanitária, mas é muito importante nos reunirmos aqui para lutar pelos direitos à vida e à saúde. O Comitê de Defesa do Hospital Sorocabana foi fundado em 2018, mas nossa articulação é anterior, desde o fechamento do hospital em 2010. Estamos buscando uma nova audiência pública, assim como aquela que fizemos em 2019 no Teatro Cacilda Becker junto com a Câmara. Queremos fazer uma audiência na Alesp porque precisamos falar com os deputados sobre a importância de municipalizar essa estrutura. É a única forma de conseguirmos garantir verbas para o hospital”, explicou Márcio Alves, membro do Comitê.

Em 2018 a Secretaria Municipal da Saúde anunciou que iria estudar uma forma de fazer uma permuta de terrenos entre o Hospital Sorocabana e o Instituto Dante Pazzanese, o que permitiria a municipalização e investimentos no hospital da Lapa.

O vereador Celso Giannazi falou do projeto de lei aprovado na Câmara e já sancionado pelo prefeito Ricardo Nunes que prevê a venda de terrenos municipais. Os recursos arrecadados serão destinados exclusivamente para a saúde, com um aporte de R$ 30 milhões para o Sorocabana. Porém, há uma concessão de uso para o Hospital Edmundo Vasconcelos pelo prazo de 38 anos que deverá ser mantido por quem adquirir os terrenos.

A vereadora Luana Alves falou da sua tentativa de realizar uma vistoria no Sorocabana. “É o movimento social que faz o Sorocabana ser uma prioridade de debate porque o governo estadual e municipal não fazem isso. Tentei realizar uma vistoria aqui, mas proibiram por questões de biossegurança, por causa dos pacientes de Covid-19, mesmo quando me prontifiquei a me paramentar”, disse. A vereadora Juliana Cardoso criticou a atitude da gestão do hospital. “Temos prerrogativa de entrar para fazer uma vistoria. Não podem barrar a vereança de fiscalizar um equipamento público. Se tivéssemos uma política que olha para a Lapa já teríamos esse hospital aberto”, afirmou Juliana Cardoso.

Na terça-feira (10) o vereador Celso Giannazi também tentou fazer uma vistoria mas foi impedido com a justificativa de que a visita ao hospital deveria ser alinhada junto à Coordenadoria Regional de Saúde (CRS) Oeste.

Membros do Conselho Participativo Municipal (CPM) da Lapa falaram sobre a inclusão da reabertura do Sorocabana no orçamento, o que destinou R$ 42 milhões ao equipamento em 2021. Porém, a Prefeitura previu os recursos apenas para a manutenção da estrutura que já está em funcionamento nos primeiros andares, sem previsão de investir na área fechada. Os conselheiros escreveram um ofício à Subprefeitura Lapa pedindo uma reunião com representantes das secretarias da Saúde e Fazenda para esclarecer o que aconteceu e tentar impedir que a mesma situação se repita em 2022, já que a reabertura do hospital é novamente uma demanda da população no PLOA.

Também estiveram presentes no ato de sábado representantes do Coletivo Lapa sem Fome, criado há poucos meses por causa da insegurança alimentar. “Saúde e alimento não podem ser tratados como mercadoria, devem ser políticas públicas”, disse
Lindilene Shimabukuro, integrante do Lapa sem Fome. Membros de conselhos gestores de UBSs da região que passaram da administração direta para organizações sociais reclamaram das dificuldades de comunicação e falta de transparência por parte das OS.

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