Preocupada com o agravamento da
crise financeira do Hospital Sorocabana, a Secretaria Municipal de
Saúde busca saída jurídica para evitar o colapso total da entidade onde
o atendimento, basicamente (90%) é feito via Sistema Único Saúde. A
Prefeitura está disposta a assumir e potencializar o atendimento feito
no Pronto-Socorro do Sorocabana e só espera o aval do Ministério
Público iniciar esse processo. A negociação (apurada com exclusividade
pelo Jornal da Gente) deve ser concluídas até o final de fevereiro.
O PS do Sorocabana é um grande ralo por onde escoa boa parte do
prejuízo do complexo hospitalar da Rua Faustolo. É uma estrutura mal
equipada, que fatura R$ 40 mil por mês, mas consome quatro vez mais. O
modelo proposto quer modificar esse panorama e coloca a Secretaria de
Saúde como responsável por 100% do atendimento do setor do PS dando
fôlego para que a diretoria do hospital promova ações de saneamento das
finanças. Mas o governo municipal alerta: dado o tamanho da crise, a
reestruturação do Hospital Sorocabana, entidade privada sem fins
lucrativos, só será alcançada mediante a profissionalização da gestão
administrativa, algo que a atual diretoria reluta em tocar adiante.
Após mergulhar durante quatro meses no ambiente do Sorocabana, a
Prefeitura conseguiu avaliar a saúde da instituição. O diagnóstico é
gravíssimo, com dívidas chegando a R$ 200 milhões, dinheiro suficiente
para a construção de um novo e moderno hospital municipal. Há indícios
de várias irregularidades, inclusive durante o período de intervenção
(posterior à saída, mediante ação judicial, da então presidente do
Sorocabana, Silvia Pereira).
Tanto a Prefeitura quanto a diretoria do hospital sabem que se uma
auditoria externa independente fosse contratada para avaliar a situação
dos últimos cinco anos, fatalmente levantaria um quadro onde muita
gente estaria em situação delicadíssima diante da Justiça.