Cresce ocupação de escolas na região da Lapa

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Sidney Junior (D) e alunos do período noturno na ocupação do Anhanguera

A Escola Estadual Anhanguera foi ocupada na quinta-feira (26) por um grupo de alunos que aproveitou o horário de entrada do noturno. O movimento teve apoio de 2 professores – o de Física e de Sociologia – que se mantiveram do lado de fora do portão. Segundo o estudante do 2º ano noturno do Ensino de Jovens e Adultos (EJA), Sidney Fernando de Sousa Junior (morador do Morro Doce), o movimento é contra ao plano de reorganização do governo estadual. A diretora da escola, Maria Helena Pereira Souza, resistiu dentro da escola com corrente e cadeado no pescoço até a chegada a supervisora de Educação Centro Oeste, Walkyria Cattani. “A Lapa é uma região de não jovens, nem 15% é de alunos da Lapa, eles são de outros bairros como Morro Doce, Pirituba, Perus e tem gente até de Osasco. Hoje a gente tem ociosidade com duas salas vazias (com capacidade de 80 alunos) pela manhã, 14 à tarde (mais 560 vagas) e 7 à noite (280). Não tem aluno. A Anhanguera é a única escola da região que continuará com o noturno. Continuaremos com o Pereira Barreto (Rua Clélia), aqui do lado, com todas as salas de manhã e a tarde, o Romeu de Moraes que hoje é ensino fundamental e Médio ficará com o Fundamental, o Raul Cortez (Rua Faustolo) com o Fundamental e o Guilherme Kuhllman do 1º ao 5º ano”, explica a supervisora. Maria Helena saiu da escola por volta das 23h25, acompanhada da supervisora de Educação. Outra escola ocupada na quinta-feira foi a Romeu de Moraes, na Vila Ipojuca. Um grupo de estudantes também tomou a Professor Manuel Ciridião Buarque (Rua Cerro Corá) no início da semana. “A escola não será atingida diretamente pela reorganização, mas vamos ser prejudicados porque eles vão abrir mais duas salas e vamos perder a sala de laboratório e de vídeo”, afirma a estudante do 2ª ano do Ensino Médio, Bianca Rodrigues. Já na Escola Miss Brownie, na Vila Pompeia, os alunos lutam contra o fechamento da unidade que será destinada a formação de professores.
A Secretaria da Educação do Estado afirma que continua disposta a dialogar com os manifestantes. Segundo o órgão, as escolas funcionam muito abaixo de sua capacidade. Na Miss Browne, a ociosidade é de 60%. Os alunos do Ensino Médio irão para a escola Professora Zuleika de Barros Martins e os do Ensino Fundamental para a escola José Cândido de Souza (na Vila Pompeia). Já a escola Manuel Ciridião Buarque tem cerca de 770 alunos e capacidade para atender 960. A unidade irá receber apenas uma classe do 1º ano do Ensino Médio da escola Emiliano Augusto Cavalcanti de Albuquerque e Melo, que tem ociosidade de 75%. Os prédios disponibilizados serão utilizados para outros fins educacionais, como creches e ETECs. A transferência de alunos irá respeitar o módulo por classe – 30 para o Fundamental I, 35 para o Fundamental II e 40 para o Médio. O conteúdo pedagógico perdido pelos alunos nestas unidades será reposto após o encerramento do calendário oficial, estabelecido entre 18 e 23 de dezembro.

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