Impedidos de trabalhar desde junho, quando a Concessionária Grupo Maya assumiu a administração do Cemitério da Lapa, os cerca de 40 antigos empreiteiros e jardineiros cadastrados na Prefeitura para prestar serviços no local finalmente voltaram ao serviço. Uma semana antes do feriado de Finados, a concessionária fez um acordo com o grupo, liberando o acesso ao cemitério. Segundo denúncia feita pelos profissionais, a Maya não estava permitindo, por exemplo, que os antigos funcionários entrassem com caçambas para remover o entulho das obras de reforma dos túmulos, o que, na prática, inviabilizava o trabalho no cemitério. “Felizmente conseguimos chegar a um consenso e eles estão liberados para trabalhar normalmente até janeiro do ano que vem, quando acontecerá um novo recadastramento”, explica a advogada Dra. Fabiana Camargo, que representa o grupo
Audiência Pública foi marcada por protestos e pouca propositura
Foto: Lúcia Helena Oliveira

Com o auditório da Distrital Oeste da Associação Comercial de São Paulo superlotado – com cerca de 140 pessoas para 100 cadeiras -, a Comissão de Política Urbana da Câmara Municipal de São Paulo realizou, na quinta-feira, 26, Audiência Pública Regional Oeste (Subprefeituras Lapa, Pinheiros e Butantã) da revisão da Lei Zoneamento, processo em tramitação no Legislativo paulistano. A maioria dos presentes era de moradores da Subprefeitura Pinheiros, com articulações no ativismo de bairro e ambiental.
Ao longo de uma audiência marcada por inúmeras interrupções com protestos do público contra o acanhado auditório, ausência de mapas e materiais explicativos e à condução dos debates mesa, a maioria das intervenções não foi propositiva, mas sim crítica ao processo de revisão da Lei do Zoneamento.
Arquiteta e diretora executiva do Movimento Defenda São Paulo, Lucila Lacreta, encerrando sua fala objetiva de três minutos, dirigiu-se aos parlamentares que compunham a mesa do evento e, numa frase contundente, acabou expressando o desejo dos moradores e moradoras presentes à audiência pública. “Devolvam esse projeto ao Executivo. Ele não tem conserto”, afirmou Lucila.
Conselheira do Cades Lapa, Jupira Cauhy associou o zoneamento à necessidade de construção de uma cidade mais verde. “Por meio de uma emenda parlamentar, destruiu-se uma praça, com o corte de inúmeras árvores, para a construção de um campo de futebol”, disse Jupira referindo-se à praça Pedro Machado, na Barra Funda.
PIU Leopoldina segue entre travas e avanços
Com mais de quatro meses de vigência, a lei que criou o Programa de Intervenção Urbana Vila Leopoldina-Vila Lobos (PIU Leopoldina) avança a passos muito lentos, travada por uma indefinição central: a exata metragem da área destinada às construção das moradias sociais.
Pelas determinações legais, a construção dos conjuntos habitacionais para as famílias da comunidade Ceasa seria feita em um único terreno de pouco mais de 6 mil m² doado pelo grupo Votorantim, empresa proponente do PIU. Preocupada com o adensamento de 853 moradias nessa área, a Prefeitura iniciou conversas com a Ceagesp verificando a possibilidade de um acordo para incorporação de terreno do entreposto da Avenida Gastão Vidigal, lindeiro à favela Do Nove. No entanto, as negociações não evoluíram e o entrave do adensamento segue sem solução.
Por outro lado, a Secretaria Municipal de Habitação (SEHAB) articula as primeiras ações para compor o Conselho Gestor da Área de Intervenção Urbana (AIU) Vila Leopoldina -Vila Lobos, espaço territorial formado a partir da vigência da lei que criou o PIU. É no perímetro da AIU que ocorrerão as obras do PIU no campo social (construção de moradias e reforma do Cingapura Madeirite), ambiental (parque linear) e privado (torres de uso misto). “Fomos chamados pela Sehab para começar o encaminhamento do Conselho Gestor”, afirma Alexandre Beraldo, presidente da Associação Moradores Ceasa. “As comunidades estão assentadas numa área que pelo zoneamento é uma ZEIS (Zona Especial de Interesse Social). Toda ZEIS tem um Conselho Gestor e o nosso precisa ser renovado, pois o Conselho Gestor da AIU vai contar com membros indicados pelo Conselho da ZEIS”
Na quarta-feira, 18, a Sehab organizou nas comunidades um primeiro encontro para explicar toda a dinâmica eleitoral. O Conselho Gestor da Zeis será renovado em eleição marcada para o mês de dezembro. Ainda não há data marcada para a eleição do Conselho da AIU.
Pátio de Compostagem na Lapa não será descontinuado
Equipamento gerenciado pela Secretaria Executiva de Limpeza Urbana (Selimp), o pátio de compostagem de resíduos de feiras livres e podas de árvores, que hoje funciona na Lapa de Baixo, em terreno municipal onde serão construídas 1.500 moradias sociais via PPP da Habitação, vai mesmo mudar de endereço, mas sem interrupção na produção de adubo e fertilizante.
“Foi acertado entre Cohab e Selimp que o equipamento continuará ativo no atual endereço, na Avenida José Maria de Faria, até que as instalações na Vila Jaguara sejam inauguradas”, afirmou Maurício Mancuso, engenheiro agrônomo da Selimp. A previsão para entrega do equipamento da Vila Jaguara é abril do próximo ano.
Mancuso acompanhou, na terça-feira, 24, conselheiros do Cades Lapa (Conselho Regional do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Subprefeitura Lapa) e ativistas verdes de outras regiões ao atual pátio de compostagem.
No terreno da Lapa de Baixo, além da compostagem, a Prefeitura mantinha sua base de operacional, hoje desativada, ao lado de uma unidade do serviço Atende, da Secretaria Municipal de Assistência Social, prestes a ser transferida.
Inicialmente,a Selimp trabalhava com um cronograma bem diferente, optando por encerrar seus serviços na Avenida José Maria de Faria no dia 31 de outubro, liberando terreno para a Cohab. Mas o acordo entre a empresa e a Selimp empurrou para o próximo ano a saída do pátio de compostagem da Lapa de Baixo.
Requalificação dos baixos do Viaduto da Lapa abre espaço para microempreendedores
A Prefeitura de São Paulo, em parceria com o Consórcio Viva a Lapa, entregou nesta sexta-feira, 20, a primeira etapa da requalificação dos baixos do Viaduto da Lapa. A transformação é perceptível já no acesso ao corredor que liga a linha 8 (Diamante) da CPTM ao terminal de ônibus: as paredes escuras e pichadas, bem como os baixos do viaduto, foram pintadas de branco e ganharam molduras coloridas.
Com novas instalações elétricas e hidráulicas e um moderno projeto de iluminação, o local recebeu 52 lojas, com 5m² a 10m², que vão oferecer serviços de alimentação, moda e de conveniência. Alguns dos locatários são ambulantes que atuavam na região e que receberam apoio do concessionário para se qualificar e se formalizar. Outro destaque é o mobiliário urbano – bancos e mesas – disposto em volta das árvores já existentes que servirá de área de lazer para a população.
Ao participar da entrega, o prefeito Ricardo Nunes ressaltou a importância das desestatizações, concessões e parcerias público-privadas para a requalificação de espaços e a desoneração para a Prefeitura. “O privado fez toda a exploração, reforma, iluminação, paisagismo. Muitos dos que estão aqui eram ambulantes ilegais, passaram a ter a legalização”, destacou o prefeito. A visita de Nunes foi acompanhada pelo subprefeito da Lapa, Ismar de Freitas Neto, e pelo vereador Fábio Riva (PSDB).
A segunda etapa da requalificação, na Praça Miguel Dell’Erba (que dá acesso à estação Lapa da linha 8 da CPTM) e áreas no entorno do viaduto, já começou e deve ser entregue até dezembro. Na praça está prevista, por exemplo, a criação de uma arena para eventos ao ar livre, como apresentações culturais e feiras. A concessão inclui, também, a área do outro lado da linha do trem, a parte norte do baixo do Viaduto da Lapa, também com obras em andamento, e a Toca da Onça, passagem subterrânea que liga a Lapa de Baixo ao comércio local, ao terminal de ônibus e à estação de trem e que também recebeu nova pintura, aplicação de verniz antipichação e outras melhorias.
Audiência Pública define prioridade de obras e serviços na região
Em formato virtual, a Secretaria Municipal da Fazenda organizou, na segunda-feira, 16, Audiência Pública Devolutiva do Orçamento Cidadão 2024, abrindo para a população das subprefeituras Lapa, Pinheiros e Sé as demandas regionais que foram incorporadas na proposta orçamentária que será votada pela Câmara Municipal de São Paulo.
No contexto de obras e serviços na região da Subprefeitura Lapa, o destaque foi a proposta coletiva pedindo mais recursos orçamentários para zeladoria verde nos seis distritos da região. Após ouvir o parecer da subprefeitura, a Secretaria da Fazenda considerou demanda viável e necessária “dependendo apenas do orçamento disponível para a contratação (dos serviços)”.
Na área da Saúde, o pedido de reabertura total (todos os andares) do Hospital Sorocabana em 2024 foi considerado importante, porém sem condição de ser atendido, como explicou a Coordenadora de Saúde Lapa-Pinheiros, Regiane Piva. “O que está sendo encaminhado neste momento é a contratação do projeto executivo da obra”, disse Regiane. No baile comemorativo aos 433 anos de fundação da Lapa, na terça-feira, 10, o vereador Fábio Riva, líder do governo na Câmara Municipal, já adiantava essa informação e, otimista, dizia que as obras terão início no próximo ano.
Melhoria na iluminação da Praça Orlando Zanfelice, na Barra Funda, e sistemas de drenagem/bocas de lobo nas avenidas Ordem e Progresso e Marquês de São Vicente foram outras duas demandas atendidas com recursos do Orçamento 2024.
Shopping West Plaza sedia campanha sobre doença rara
O Projeto Jardim das Borboletas, apoiado pela Organização humanitária Fraternidade sem Fronteiras (FSF), realiza até terça-feira, 31, a Semana de Conscientização sobre a Epidermólise Bolhosa com várias atividades no Shopping West Plaza. A ação será para divulgar informações e combater o preconceito sobre essa doença rara, sem cura e genética, que tem como principal característica a formação de bolhas e lesões na pele.
“Vamos ter um espaço cedido pelo shopping para recebermos as pessoas, expor itens e, principalmente, levarmos informações sobre a doença. Vamos entregar folhetos, marca páginas e faremos uma ação de envolvimento com os lojistas”, descreve a coordenadora do Projeto Jardim das Borboletas, Aline Teixeira.
A epidermólise bolhosa atinge crianças, jovens e adultos. Mesmo na forma mais simples, considerada menos grave, causa um desconforto muito grande, a ponto de o paciente não conseguir calçar sapatos, por exemplo, quando a doença localiza-se nos membros inferiores. As temperaturas mais elevadas do verão pioram as lesões, favorecendo o risco de infecções. A criança com epidermólise bolhosa pode ter dificuldade para andar, uma vez que ela não costuma engatinhar por causa da sensibilidade da pele.
Atualmente o Projeto Jardim das Borboletas tem 132 acolhidos e cinco pacientes estão na fila de espera pelo atendimento. No Brasil, a estimativa é de pelo menos mil e seiscentos casos de Epidermólise Bolhosa com um custo para o tratamento variando de R$10 a 60 mil por mês, dependendo da quantidade de feridas.
O local do evento será ambientado com fotos e depoimentos dos acolhidos do projeto. A ação será das 12h às 20h, no Bloco A, Piso 2, do Shopping West Plaza, na Avenida Francisco Matarazzo, sem número, Água Branca, São Paulo – SP.
Peça navega entre infância e adolescência
O 12 de outubro, Dia das Crianças, passou, mas no Teatro Cacilda Becker o rito de passagem da infância para a adolescência é revivido com muita criatividade na peça Noite de Brinquedo – No Terreiro de Yayá.
O espetáculo conta, por meio do Reisado, uma manifestação popular que homenageia o nascimento de Jesus e a chegada dos Reis Magos. E nesse cenário surge a menina Maria, que deixa a infância e se torna adolescente.
O que significa perder a infância? E qual é o rito dessa passagem? Tudo isso pode acontecer em meio a uma festa. Em que momento a menina Rainha percebe que se tornou mulher? E sendo mulher ela pode continuar sendo Rainha ou a infância é um reinado e para crescer é preciso abdicar da coroa? Diante disso, o grupo Clã do Jabuti leva ao palco uma encenação de encantamentos e encantados numa amálgama de teatro, risos, ritos e batalhas no espaço fantástico da criança investigando a festa do Reisado, como um lugar de experiência, e, portanto, de rito.
No enredo, Maria é uma menina rainha e guerreira do reino de Entremundos e está prestes a viver um dos momentos mais desafiadores de sua vida: entregar sua coroa de reisado e conquistar outro lugar nesse tradicional folguedo.
Não bastasse o desafio de crescer, coisas estranhas acontecem no terreiro de Yayá, sua avó, o que convoca a menina a uma jornada pelo sertão. Nesse rito de passagem inspirado nas tradições dos folguedos e saberes dos terreiros, num diálogo com os reisados brasileiros, a luta é contra o esquecimento e os muitos apagamentos. A heroína descobre como guerrear e festejar com a ajuda de seres encantados e a desvendar a sabedoria ancestral das encruzilhadas, lugar de encontro e aprendizagem.
Sábado (21) e domingo (22), às 16 horas. Gratuito. Rua Tito, 295.
Entrevista
ENTREVISTA
Ismar de Freitas Neto, subprefeito da Lapa
“Nosso dever é fiscalizar é zelar’
Há exatos seis meses à frente da Subprefeitura Lapa, Ismar de Freitas Neto recebeu, durante a festa de aniversário do bairro, comemorada no União Fraterna na quarta-feira, 10, uma homenagem como forma de reconhecimento pelo trabalho que vem realizando. Nesta entrevista exclusiva ao JG, o subprefeito faz um balanço das ações feitas até aqui e antecipa quais serão as prioridades para os próximos meses.
Esse aniversário da Lapa marca, também, o fechamento de um ciclo de seis meses da sua administração à frente da Sub Lapa. O que você destaca como pontos principais do trabalho realizado aqui até agora?
A grande pauta nesse período foi a reorganização urbana da região. A gente encontrou aqui na Lapa muita desordem, comércio irregular. A Subprefeitura tem o dever de fiscalizar e a gente tem avançado muito nesse sentido, com o aumento da fiscalização e a manutenção da ordem para coibir o comércio irregular em áreas como o Terminal da Lapa e a Rua 12 de Outubro. A zeladoria também foi outro ponto que ‘atacamos’ e no qual temos progredido. A intenção, com isso, é tornar os bairros sob jurisdição da Subprefeitura Lapa mais acolhedores, para que a população tenha maior qualidade de vida.
E a projeção para os próximos seis meses?
O grande projeto de médio prazo visa a prevenção dos problemas que se acentuam na época de chuvas, que começa agora no verão, onde se acentuam a queda de árvores e os alagamentos. Nesse sentido, o objetivo é intensificar o trabalho de poda e de limpeza de galerias e bocas de lobo. Ao mesmo tempo, nosso foco também estará em preparar a região para o Carnaval, já que na nossa área desfilam muitos blocos que atraem uma multidão de pessoas. Por isso eu fui chamado para integrar a Comissão de Carnaval, no sentido de colaborar com ideias para tornar essa grande festa a melhor possível para os lapeanos e para todos os paulistanos que vem para a região participar da folia.






























