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A vida zen|da monja Coen

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A monja Coen

No registro civil é
Claudia Batista de Souza. Agora ela é conhecida como monja Coen, nome
que recebeu quando entrou no zen-budismo e foi ordenada em 1981. Até
então teve uma vida bem atribulada. Foi mãe aos 15 anos e casou algumas
vezes. Viajou pelo mundo e chegou a ficar presa na Suécia por conta de
drogas. Em Los Angeles (EUA), encontrou o zen-budismo e a partir daí
sua vida mudou. Entrou para o mosteiro zen-budista. No Japão, estudou
em um mosteiro exclusivo para mulheres. Voltou ao Brasil em 1995, para
difundir o zen-budismo e participar de ações pela paz e pelo meio
ambiente. Escreveu dois livros sobre o budismo. O romance Monja Coen –
a mulher nos jardins de Buda, de Neusa C. Steiner (Mescla Editorial)
foi baseado em sua vida. Aqui, ela fala de sua história e como o
budismo vê situações que vivemos no dia a dia.

No ritmo agitado de vida que levamos, a espiritualidade tem espaço?
Ela
se manifesta no nosso dia a dia, em nossa maneira de ser e de ver o
mundo. Tem gente que só pensa nos lucros, no material. Há pessoas que
percebem ter alguma coisa que transcende a materialidade mas que está
presente na matéria. Isso é o que as pessoas podem chamar de
espiritualidade. A ética está muito envolvida com isso. Sua Santidade,
o Dalai Lama, insiste em dizer que precisamos de uma nova ética para o
novo milênio.

As pessoas se esquecem que vivemos em comunidade…
Sim.
Compartilhamos do mesmo ar, da mesma água. Algumas pessoas pensam que
vivem em uma coisa separada. E o que a espiritualidade ou religiosidade
vem trazer é que estamos conectados com alguma coisa maior do que nós.
Maior do que o meu “euzinho”. E ele se manifesta de inúmeras formas.
Com causas e efeitos.

Por exemplo?
O trânsito.
Quando está congestionado, qual é olhar espiritual? Estamos todos
nisso, não estamos sozinhos. Não sou a única pessoa presa no trânsito.
O que faço? Reclamo? Xingo? Resmungo? Ou aprecio o que está
acontecendo? Eu escolhi viver em uma cidade grande com tantos carros e
tantas pessoas. É a minha escolha.

E o que a senhora faz quando fica presa em um congestionamento?
Eu
sempre tenho um livro no meu carro. Até fico torcendo que o trânsito
pare para eu ler mais um pouco. Use o seu tempo de maneira preciosa e
sagrada. Reconheça os obstáculos como parte do caminho.

E o consumo? Como evitar o descontrole?
Dentro
do nosso sistema capitalista, as vendas de final de ano são
importantes. As pessoas mais simples dão mais presentes do que as que
têm mais. O que é prejudicial. Como tudo na vida, depende do meio
termo. Se eu não estiver centrada com o que preciso e quero fazer,
acabo comprando o que não preciso. E o problema é que a gente não sabe
onde pôr e não sabe dar, compartilhar. No Japão, por exemplo, há duas
trocas de presentes no ano: no verão e no inverno. Quando as pessoas
ganham muitos presentes, elas passam alguns para os outros.

E quem perde o controle, acaba se endividando…
Além
de perder o sentido pelo qual vai comprar. Isso tem a ver com
depressão. Buscam nas compras o que lhe falta. E aí vem as dívidas.
Você precisa planejar e organizar a sua vida para não abusar.

A cada virada de ano fazemos promessas e algumas vezes não conseguimos cumprir.
Não
tem época para planejar a vida. É preciso equilibrar. Todos os dias a
gente se propõe a ser melhor. Não existe um ano novo no dia 31 de
dezembro. Cada instante é um novo instante. A vida é para ser lúdica.
Precisamos viver de maneira mais sustentável. Precisamos cuidar do
planeta. O fato de não conseguir imediatamente não diminui meu
objetivo, meu propósito. Posso não ter conseguido no ano passado, mas
posso conseguir neste ano.

O importante é não desistir?
Um
monge do século VII já disse: “Caia sete vezes e levante oito”. Quando
começamos a andar, tivemos dificuldades mas não desistimos. Não desista
de seu propósito.

E na política. Por que temos tantos escândalos?
É
um modelo errado que está sendo passado de geração para geração. Em vez
de estar desperta, como Buda que acordou para a verdade, a pessoa quer
ser esperta. Mas ela será pega mais adiante. Isso é muito bom que
aconteça para que as pessoas aprendam.

Como se convive com esses comportamentos?
O
que eu faço é motivar as pessoas a viver com ética. É a minha
contrapartida. Procuro ser ética e transparente na minha vida e me
cuido muito. Todos nós estamos nos vendo. O mundo nos vê. Vivemos
interligados.

De que maneira o zen-budismo se relaciona com o dinheiro?
O importante é não colocar o dinheiro na frente. Nós o criamos para facilitar nossa vida. As pessoas não devem se apegar a ele.

Mas não dá para viver sem ele.
Sempre
falo para os meus alunos, quando perguntam como aumentar a renda da
nossa comunidade: não podemos colocar o dinheiro na frente. Se vier a
acontecer é porque estamos fazendo uma coisa boa, que está beneficiando
pessoas. Eu penso: qual é o bem que eu posso fazer para as pessoas e
que dê retorno para pagar as despesas e, quem sabe, crescer?

A sua principal atividade é divulgar o zen-budismo?
Sim.
Vou usar os meios que forem necessários para isso. Fui repórter do
Jornal da Tarde e isso me abriu várias portas. Sei que muitas vezes o
que se diz para a imprensa não sai conforme foi dito. Mas não tem
importância. É uma forma de dizer que o budismo existe.

A sua vestimenta ainda causa algum espanto?
Me
visto assim desde 83 quando fui ordenada monja. O fato de ser mulher,
careca, faz a pessoa parar e pensar e isto é o ensinamento de Buda. Dom
Cláudio Hummes, ex-arcebispo de São Paulo, dizia que gostaria que os
padres voltassem a usar as roupas de antigamente e que fossem
conhecidos como tal. Isso é pregação religiosa. Quem vê um religioso na
rua sabe que isso é uma opção de vida.

A senhora é muito abordada na rua por isso?
Agora
nem tanto. Muitas vezes, as pessoas me perguntavam se eu estava fazendo
quimioterapia. O cabelo não é beleza. Buda raspou o cabelo para mostrar
que ele não pertencia a nenhuma casta e não seria identificado pelos
seus bens. É para ser identificado pela opção de vida.

O que as pessoas podem fazer para melhorar o mundo?
O
zen-budismo trabalha com a capacidade de se tornar iluminado. A
natureza e nós não estamos separados. Nós precisamos cuidar da nossa
casa, do nosso corpo. Os jovens hoje estão envolvidos com o meio
ambiente. Essa conscientização está sendo passada na escola, na mídia.
É uma mudança, um olhar diferente. Precisamos mudar para podermos
sobreviver.

O livro A Monja nos Jardins de Buda, da escritora
Neusa Steiner, se baseia em sua biografia. A Claudia Dias Batista de
Souza (nome da Monja Coen) e a Sílvia (personagem do livro) são a mesma
pessoa?

Em alguns momentos sim e outros não. Os eventos, sim,
aconteceram de fato. Meu pai não era a pessoa que ela descreve. Ele era
loiro, era pobre, tinha três empregos. Meu avô era professor e tinha
dificuldade para manter a família. Minha mãe era professora primária e
dava aulas em Santos. O casal se encontrava nos finais de semana.

A senhora autorizou a publicação do livro.
Sim,
mas pedi para ela mudar os nomes das pessoas. Quando eu comecei a ler,
eu pensei “isso não sou eu e nem é a minha história”. Não quis que ela
reescrevesse o livro inteiro. E não tinha tempo para dar tantos
detalhes. Na verdade, o livro não era para ter nem o meu nome. Mas a
editora disse que não editaria o livro se não tivesse meu nome. Ficou
uma misturinha.

São muitas as diferenças entre os budismos?
É
como se fôssemos comparar o cristianismo, que tem uma raiz comum, que é
Cristo, e as inúmeras ordens diferentes dentro dele. No Brasil, se
conhece pouco sobre o budismo. A base é Buda. Mas, a partir dele,
surgiram inúmeras ordens religiosas. Temos o budismo mais antigo e
tradicional, no sul da Ásia. No norte da Ásia ele é mais flexível, se
adaptou aos dias atuais. Para alguns, o nirvana será alcançado depois
da morte. O zen-budismo acredita que é nesta vida. São tradições
diferentes.

E o budismo japonês?
Tem várias ordens. O
zen-budismo, ao qual pertenço, é uma das ordens que no Japão tem muitos
adeptos. Depois, vem a Terra Pura, que é a maior no Brasil, trazida
pelos imigrantes.

Como a senhora iniciou as caminhadas pelos parques?
Quando
abri essa comunidade, na casa de um aluno. Comecei a fazer as
caminhadas pelos parques da cidade. Ela acontece todos os terceiros
domingos do mês no Parque da Água Branca. É aberta para qualquer
pessoa. É uma meditação silenciosa. Caminhamos sentindo o chão, a luz,
a sombra, a temperatura. Que cada passo seja um passo de fato.

Quem quiser assistir uma palestra sua como faz?
Todas
as terças-feiras eu faço uma palestra que é aberta a todos. As pessoas
vêm aqui por causa do zen-budismo e não pela monja Coen.

Comunidade Zen Budista
Rua Desembargador Paulo Passalaqua, 134
Telefone 3865-5285
www.monjacoen.com.br

Pompéia alaga|mais uma vez

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Enchente na avenida Pompéia

A forte chuva da noite da
terça-feira (5) trouxe para a Vila Pompeia o recorrente problema das
enchentes.Novamente, pontos críticos da região foram tomados pelas
águas e ficaram intransitáveis: Avenida Pompéia (cruzamento da Avenida
Francisco Matarazzo) e Rua Venâncio Aires.
E se as chuvas continuarem intensas durante o verão, moradores e
comerciantes enfrentarão novos problemas, pois nenhuma obra foi
executada pela Prefeitura nos últimos anos para por fim a esse crônico
quadro de enchentes a cada forte chuva, seja qual for a estação do ano.
Questionada sobre o alagamento da terça-feira, a Sub Lapa, repete as
explicações, que deixam a comunidade indignada e revoltada. “Foi feita
uma licitação para apresentação de estudos sobre o que fazer na região
da Avenida Pompeia com Francisco Matarazzo, como, por exemplo, piscinão
ou novas bocas-de-lôbo ao longo do córrego Água Preta”, afirma Carlos
Fernandes, coordenador de Finanças da Sub Lapa. Segundo ele, não há
previsão para o início de obras de grande porte.
O novo sistema de operação da Defesa Civil da Sub Lapa, que conta agora
com uma Sala de Estratégia totalmente informatizada, não funcionou na
noite da terça-feira. “Não tivemos tempo hábil para agir”, afirma o
coordenador Distrital de Defesa Civil da Subprefeitura da Lapa, Nelson
Masahiro Suguieda. “O Centro de Gerenciamento de Emergências (CGE)
colocou a cidade em estado de atenção às 20h45. Eu estava em Perdizes
às 20h30 e já chovia muito forte. Para acionarmos esquema de emergência
precisamos nos antecipar em pelo menos uma hora antes do início da
chuva. Assim é possível montar uma ação conjunta envolvendo CET
(bloqueio dos pontos críticos), Bombeiros e Defesa Civil, com tempo,
inclusive, de avisar os moradores”, acrescenta Suguieda.

O Agora de|Dani Gurgel

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Dani Gurgel

Cantora e fotógrafa, Dani Gurgel lançou o
CD Agora, o terceiro de uma carreira que iniciou com flautinha doce aos
três anos. Como instrumentista, toca piano, sax barítono e contrabaixo.
Cantar veio depois e, com a voz, Dani está trilhando um sólido
trabalho. No novo CD, ela reuniu jovens talentos e inovou na produção
com a venda antecipada e parceria com um selo norte-americano para
distribuir seu trabalho no exterior. Nesta entrevista em seu
apartamento na Vila Leopoldina, ela conta sua trajetória musical e seus
planos para 2010.

Quando você iniciou sua história com a música?
Comecei cedo na música, com três anos de idade, por vontade própria.

Que instrumentos você toca?
Comecei
com flautinha doce. Toco piano, flauta doce, saxofone barítono –
instrumento que fiquei mais tempo e com o qual mais trabalhei
profissionalmente. E toquei em big bands bastante tempo e música
instrumental. Toquei com Roberto Sion e com o Zimbo Trio, entre outros.

Você é formada em música?
Fiz
publicidade. Quando fui prestar vestibular, já vivia de música e de
fotografia, desde os 13 anos. Resolvi prestar uma faculdade que pudesse
usar nas duas áreas.

E cantar, quando você começou?
Nem
imaginava que iria virar cantora. Aos quinze anos quis tocar
contrabaixo para fazer parte da “cozinha” da banda, da sessão rítmica.
É onde o pessoal faz o suingue de verdade. Não queria fazer solo ou
improvisar. Com o contrabaixo comecei a compor. Daí senti necessidade
de colocar letras e comecei a cantar.

Com mãe pianista e pai saxofonista, eles te influenciaram?
Meu
pai não toca mais profissionalmente. Nunca tive influência do tipo
“faça isso”. A música sempre aconteceu para mim. Com três anos, eu pedi
para fazer aula de música, porque via o prazer que minha mãe tinha
tocando. Eles facilitaram, mas nada foi imposto.

Depois que se descobriu cantora não parou mais?
Fui gostando e descobri a voz como instrumento. Nos shows, toco guitarra. Mas nos CDs apenas canto.

Ter sido instrumentista antes ajuda na hora de cantar?
Faz
toda a diferença. É muito importante saber o que estou cantando. Sei
que nota posso mudar ou não e o que posso improvisar. Nas bandas você
faz parte de um grupo e não responde sozinho por nada. Se você errou,
todo o grupo cai. Você é responsável pelo grupo e vice-versa. Cantar em
coral é outra experiência muito importante.

Como você define seu estilo?
Faço
música brasileira com influência de jazz, bossa nova, mas não me limito
a esses ritmos. Quero buscar todos os ritmos de todos os lugares do
Brasil. Meu trabalho tem de tudo. Tem baião, samba tradicional e mais
rápido. Tem até música africana, maracatu…

Que influências você tem?
Elis
Regina sempre foi para mim uma referência. Não só pela maneira de
cantar, como o jeito de levar o trabalho. Ela fazia uma coisa que eu
acho essencial: não gravava um monte de música que já tinha dado certo
só para ver se emplacava de novo. Gravou Gilberto Gil, Fagner, Belchior
quando eles eram desconhecidos. Muitos surgiram através da voz da Elis.
E fiz o mesmo quando escolhi o repertório do Agora.

No Agora, são músicas suas e de parceiros?
O CD é bem equilibrado. Tem músicas só minhas e de parceiros. Mas sempre gente nova. E, com certeza, vamos escutar esse pessoal.

Você é cantora, é fotógrafa e tem um estúdio de música.
Sim, mas o estúdio (Oca) é do meu marido (Thiago Rabello). Fica na Rua Cláudio, na Lapa.

Que tipo de fotografia você faz?
Faço muita capa de CDs. Já fiz capa para a Mônica Salmaso e Pau-Brasil.

Ser música ajuda na hora de clicar os músicos?
Com
certeza. Na hora de transformar a música em uma imagem, acho mais
bacana chamar alguém que vai entender sua música. Quem fotografa
música, no mínimo, deve ser apaixonado por música. Assim como quem
fotografa futebol, deve entender de futebol…

Dá para conciliar as atividades?
Levo
paralelamente as duas carreiras. Acho que é bom para a sanidade de
qualquer pessoa. Já tentei escolher entre elas, mas não consegui. São
profissões e paixões.

A forma de distribuir seu CD é diferente. Explique isso.
O
ArtistShare é um selo norte-americano e faz a distribuição do meu disco
pelo mundo inteiro. A Tratore distribui aqui no Brasil. E a produtora
Borandá vende meus shows. A parceria com a ArtistShare foi a
oportunidade que tive para divulgar esse disco de maneira diferente.

Foi um disco diferente dos outros que você fez?
O
CD foi pré-lançado em março de 2009. Em setembro foi finalizado. Em
março, eu defini quem iria participar, quem faria os arranjos. A data
de lançamento já estava marcada para 12 de setembro com o show no
Auditório Ibirapuera. Abrimos para quem quisesse comprar antes, e ele
pode acompanhar passo a passo, através de vídeos, como o CD foi feito.

E você ficou satisfeita com o resultado?
Deu
supercerto. Foi uma chance de mostrar para as pessoas o processo de
criação de um CD. A ideia é que a pessoa se sentisse parceiro. O
processo de criação não pode ser pirateado. O produto final, sim.

Você lançou o CD com uma série de shows…
Fiz
uma temporada no Vivo Music. Todos os 23 convidados que participaram do
disco foram divididos em quatro shows. São 15 compositores mais os
músicos. É todo mundo que está na capa do disco.

E como você reuniu essa turma?
Pedi músicas para alguns. Uns são amigos de longa data, outros são amigos mais recentes.

Como é seu trabalho nas rádios?
O
mercado de rádio é difícil de entrar. Com gravadora pequena é difícil.
Estou buscando achar espaço. A CBN é uma emissora que dá espaço pra
gente, apesar de não ser uma rádio que toca música.

Quais os planos para 2010, com o CD Agora?
Vamos sair de São Paulo para rodar o país. E pretendo também fazer shows fora do Brasil.

Desde quando você mora na Vila Leopoldina?
Vim para cá em julho de 2009.

Antes, você morava onde?
Vim
para cá depois de casar. Eu no Campo Belo e meu marido na Aclimação.
Mas nós trabalhamos aqui na Zona Oeste. A gente procurava um lugar
sossegado, por Perdizes, Vila Madalena… Ficamos seis meses
procurando. Quando achamos a Vila Leopoldina, resolvemos ficar por aqui.

Do que você gosta no bairro?
Acho
indispensável poder sair de casa a pé. Ir à padaria, ao correio, ter um
chaveiro perto… Sem precisar de carro. Quero também me sentar aqui na
varanda e ouvir o canto dos passarinhos… Moro em andar baixo e penso
que será legal quando nós resolvermos ter filhos… Aqui é muito
gostoso.

O que você gosta de ouvir em matéria de música?
Ouço tudo. Quem trabalha com música é essencial ouvir desde Michael Jackson a Beethoven. Temos de respeitar todos.

Quem quiser comprar os seus CDs, como deve fazer?
É só entrar no site e comprar o CD e também conhecer um pouco do meu trabalho. Tem até download grátis.

www.danigurgel.com.br

Vida Alves, paixão|pela telinha

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Vida Alves

A carreira da atriz Vida Alves está
intimamente ligada à TV brasileira. Nascida em Itanhandu (MG), iniciou
sua carreira no rádio como cantora-mirim e fez radionovelas. Em 1950,
com a inauguração da TV Tupi, dividia seu tempo entre o rádio e a
televisão. Na primeira novela, “Sua Vida Me Pertence”, formou par
romântico com Walter Foster e juntos protagonizaram o primeiro beijo da
TV, que teve uma grande e ruidosa repercussão. Vida, além de atriz,
escreveu programas e novelas para o rádio e TV. Escreveu o livro
“Vida… uma Mulher” e ministrou cursos de comunicação depois que
deixou a TV. Seu espírito pioneiro a levou a criar o Museu da TV e a
Pró-TV – Associação dos Pioneiros, Profissionais e Incentivadores da
Televisão Brasileira, que ocupa boa parte da sua residência no Sumaré,
bairro onde mora desde 1950. Mãe de um casal de filhos, ela se prepara
para ganhar sua primeira bisneta neste ano. Nesta entrevista, ela fala
sobre sua carreira e sua luta para preservar a memória da TV
brasileira.

Comecemos pelo famoso primeiro beijo da TV brasileira com Walter Foster, que deu o que falar.
Foi
em 1951, na novela “Sua Vida me Pertence”, da TV Tupi, que era o único
canal de TV que existia. Foi uma coisa delicada. O beijo não foi
escandaloso. Causou escândalo por ter sido o primeiro. Foi um trabalho
profissional e harmonioso. Mas aconteceu bastante burburinho. Os
diretores da novela ficaram preocupados em não chocar.

Por que chocou?
O
beijo naquela época era mais sigiloso. Não só na TV como no dia a dia
das pessoas. No cinema e no teatro, existia pouco. Nas casas, acredito
eu, só com as portas fechadas. Hoje em dia, todo mundo se beija em
todas as praças, em todos os lugares… com mais naturalidade. A
televisão entra dentro das casas das pessoas sem pedir licença…

Qual foi a sua reação?
Eu me fechei em copas. Não comentei e evitei dar entrevistas. Passei alguns dias alheia e foi muito melhor para mim.

Era tudo ao vivo?
O
videotape só veio aparecer em 1963. A novela não era o principal
produto da TV. O Grande Teatro Tupi é que era o principal programa da
TV. Por isso a novela começou pequena e só tínhamos um estúdio. E
fazíamos alguma coisa pelas ruas do bairro. Não se usava espaços
externos. Não tínhamos cidades cenográficas. Fazíamos a cada 15 dias um
Grande Teatro, com seis ou sete cenários, enquanto a novela tinha dois
ou três.

Você atuava tanto nas novelas como no Grande Teatro?
Sim.
As novelas não eram importantes. Eu era importante. Não só no Grande
Teatro, como na novela e no rádio. Fazíamos as três atividades ao mesmo
tempo. Eu escrevi 14 novelas para o rádio e três para a televisão e
seriados.

Com quem você atuou?
Muitos deles ainda
estão trabalhando. Lima Duarte, por exemplo, é um deles. Ele atuou na
primeira novela e no primeiro Grande Teatro: “O julgamento de João
Ninguém”, escrito por Dionísio Azevedo. O Lima Duarte era o João
Ninguém. Ele foi um grande astro desde o primeiro momento.

Como você foi para a TV?
Eles escolheram no elenco da rádio quem fotografava bem. E naquela época a TV nem patrocinador tinha. Era muito experimental.

É verdade ou folclore que o Chateaubriand teria feito a inauguração da Tupi quebrando uma garrafa de champanhe em uma câmera?
Ele
era muito louco, mas nunca foi burro. Isso é lenda, piada, brincadeira.
O que aconteceu é que das três câmeras, uma delas quebrou após o ensaio
geral. Haviam dois estúdios. Ela simplesmente pifou e foi resolvido na
hora. Como ali tinha muitos jornalistas, cada um inventou uma história.

Os Diários Associados eram uma potência aqui em São Paulo e no Brasil?
Os
Associados em São Paulo englobavam emissoras de rádio – Tupi e
Difusora, depois a Cultura; a TV Tupi e dois jornais diários: Diário da
Noite e Diário de São Paulo. Em São Paulo era um conglomerado. E o
mesmo acontecia pelo Brasil. Era uma potência.

Depois da Tupi você passou por outras emissoras…
Fiquei
nos Associados por 22 anos. Depois fui para a TV Excelsior, que acabou
falindo antes da Tupi. Depois trabalhei na TV Gazeta, onde foi lançado
o primeiro programa em cores, “Vida em Movimento”. Era um programa de
entrevistas.

E depois da TV, o que você fez?
Saí da TV
em 1980 e passei a organizar cursos de comunicação junto com a minha
filha, Taís Alves. Eu viajava pelo Brasil inteiro. Dava aulas de
comunicação para vendedores, empresários. De uns anos para cá, deixei
esse trabalho e a minha filha continua.

Você mora no Sumaré desde quando?
Estou
aqui há mais de 50 anos neste mesmo endereço. Meu marido (falecido),
Gianni Gasparinetti, era engenheiro e ajudou a montar a TV. Hoje o
bairro verticalizou-se bastante. Onde moro continua bom para se viver.

Como surgiram a Pró-TV e o Museu da TV?
Eu
estava longe da televisão e fui a um enterro de um ex-colega e amigo. E
lá me deu uma vontade grande de fazer isso. Tive a impressão de ouvir
uma voz dizer: “Vida, faça alguma coisa para a televisão”. Não sei
muito bem das coisas do além. Mas eu pensei: “Eu não sou contratada por
nenhuma emissora…” Então pensei em fazer alguma coisa. A partir daí
comecei a erguer o Museu da Televisão. Me reuni com outros amigos e
começamos em 1995 e desde então sou a presidente.

O acervo é muito grande. Equipamentos, livros, fotos…
Cerca
de 5 mil fotos. Pelas paredes, tenho cerca de 300 fotos. Em 2008, foi
reconhecido pelo Ministério da Cultura. Mas não recebo nenhuma verba
pública. Ele é mantido pelos associados pagantes e algumas doações.

As emissoras de TV colaboram com o Museu?
Muito
pouco. Eu não sei exatamente por quê. Acho que o brasileiro tem
dificuldade em dar dinheiro para um espaço de memória como o nosso. Já
procurei governos e particulares.

Este ano a televisão brasileira chega aos 60 anos…
Espero estar com todo o gás para poder fazer uma bonita festa em homenagem à televisão, em setembro de 2010.

Museu da TV
Rua Vargem do Cedro, 140, Sumaré
Telefone 3872-7743 (agendar visita)
www.museudatv.com.br

Prefeito fala sobre|balanço da região

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Gilberto Kassab faz balanço regional

O prefeito Gilberto Kassab falou com
exclusividade ao editor do Jornal da Gente, Eduardo Fiora, sobre
questões relativa a Subprefeitura da Lapa, a Coordenadoria de
Assistência Social e a verticalização na região.

Esvaziamento das Subprefeituras

Gilberto Kassab – São Paulo foi dividida em 31 Subprefeituras para que
a administração possa ter uma representação mais próxima do cidadão,
com mais autonomia e autoridade do que tinham as antigas Administrações
Regionais. Creio que elas têm cumprido bem esse papel, que deve ser
cada vez mais valorizado. Não existe esvaziamento. A Subprefeitura é
uma projeção da administração municipal no território e, nesse sentido,
cabe sim ao subprefeito, que é nomeado, ser um bom zelador urbano. E é
pouco ser o zelador do território? Eu acho que não. É uma imensa
responsabilidade comandar o trabalho das equipes que realizam as obras
e os serviços em áreas enormes, com população maior que a da maioria
das cidades brasileiras. A Subprefeitura também é responsável pela
análise de processos e autorização de obras de demolição, reforma e
construção e pela autorização de abertura de estabelecimentos
comerciais e de serviços, além da realização de eventos até determinado
porte. Tem também a fiscalização. E não se deve esquecer que, muitas
vezes, a Subprefeitura atua como porta-voz das demandas da população da
região junto a outros órgãos públicos, municipais ou mesmo estaduais e
federais. Se ela é procurada por demandas relacionadas ao trânsito,
encaminha para CET. À Segurança Pública, para Polícia Civil e Militar.
Ao transporte coletivo, à SPTrans, Metrô, EMTU e CPTM. E assim por
diante.

Formação do Conselho de Representante

Gilberto Kassab – Considero positiva a idéia do Conselho de
Representantes. Estamos analisando as possibilidades, vantagens e
dificuldades em relação à estrutura e formas de funcionamento.

Coordenadoria de Assistência Social

Gilberto Kassab – A Secretaria Municipal de Assistência Social atua na
região da Lapa por meio do Centro de Referência e Assistência Social
(Cras), com uma equipe do Projeto Presença Social nas Ruas. Essa equipe
faz a abordagem e o acompanhamento da população em situação de rua no
entorno do Ceagesp. Pena que, quando abordados pelos agentes sociais,
muitos se recusam a ir para o Centro de Acolhida para Adultos 24 horas,
localizado na Vila Leopoldina. É importante salientar que, por lei, a
Prefeitura não pode obrigar essas pessoas a aceitar os serviços da rede
de assistência social. Para amenizar a situação, o CRAS da Lapa está
buscando parcerias com empresas da região para criar uma cooperativa de
reciclagem que gere renda para as pessoas que estão vivendo perto do
viaduto Mofarrej.

Verticalização

Gilberto Kassab – Essa questão é importante e foi levantada durante a
elaboração da proposta de revisão do Plano Diretor Estratégico, que
encaminhei no início do ano à Câmara Municipal. A cidade se verticaliza
ou fica mais adensada em determinadas áreas, em função da dinâmica do
desenvolvimento econômico. Apesar de ter bairros e regiões intensamente
adensados, São Paulo ainda é muito mais espraiada do que verticalizada.
Seul, capital da Coréia do Sul, tem a mesma população de São Paulo, mas
ocupa um terço do nosso território. A idéia da cidade compacta vem
sendo perseguida pelos planejadores paulistanos porque utilizar melhor
todos os terrenos do centro expandido implica em economia de energia,
menos trânsito e mais qualidade de vida. Porém esse adensamento não
pode ser feito de forma a sufocar os bairros mais centralizados. Para
isso, o PDE (Plano Diretor Estratégico) criou a cobrança da outorga
onerosa, uma taxa paga pelos construtores que quiserem superar o índice
básico de aproveitamento do terreno atingindo até o máximo, usado
apenas em grandes edificações. Nesse caso, os empreendedores pagam a
taxa como se comprassem metros quadrados adicionais para suas obras.
Esses metros quadrados estão em um estoque, bairro a bairro, que vai
acabando conforme a utilização. Aprovado em 2002, o PDE determina que
quando o estoque se esgotasse, a Prefeitura seria obrigada a fazer
estudo sobre a capacidade viária e de infraestrutura do bairro para
saber exatamente quanto de novo estoque poderia ser lançado no mercado.
Esse estudo está em fase de conclusão na Prefeitura. A respeito da
região da Lapa, cabe lembrar que, de fato, há bairros com tráfego
bastante intenso. No entanto, há ainda vazios urbanos como os da
Avenida Marquês de São Vicente, onde está o maior terreno particular da
cidade, de 300 mil metros quadrados. Manter um terreno desse vazio,
numa cidade em que a população ocupa as represas, é no mínimo um
desperdício. Dessa forma, o PDE propõe uma ocupação ordenada desses
vazios, que inclui antigos bairros industriais como a Mooca e a Vila
Leopoldina, de forma a melhor aproveitá-los sem perder qualidade de
vida. Cabe lembrar que aquela região da Marquês de São Vicente é
servida por corredor de ônibus, estação de metrô e de trem.

Eudóxia de Barros|dedicação à música

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A pianista Eudóxia de Barros

Com um recital no Theatro São Pedro, a
pianista e moradora de Perdizes, Eudóxia de Barros encerrou no dia 5 de
dezembro sua temporada de 2009. “Foi uma ótima apresentação e o público
foi bem receptivo”, diz a pianista.
Ainda se dedicando de seis a
oito horas diárias de estudo, Eudóxia tem levado essa vida de
instrumentista desde criança, quando começou sua formação, ao ver a avó
ao piano e querer imitá-la. Seus pais a incentivaram a estudar piano.
Além
de instrumentista, a pianista, que é membro da Academia Brasileira de
Música, também se dedica a ministrar aulas para alunos de todos os
níveis e administra, com o marido, o compositor Osvaldo Lacerda, o
Centro de Música Brasileira.
Sempre viveu de música. “Antigamente
eu fazia 50 concertos por ano. Hoje, infelizmente por falta de
incentivo, consigo fazer uns 25. No passado eu encerrava a temporada no
Theatro Municipal de São Paulo. Falta interesse dos governos e das
empresas”. Diz que as regras de direitos autorais a impedem de executar
novos compositores com mais frequência.
Nunca menosprezando os
grandes nomes como Bach, Chopin e Beethoven, ela sempre incluiu os
autores nacionais em suas apresentações. Eudóxia aprendeu a gostar de
música brasileira na infância e sempre ouvia cantores como Caco Velho e
Dircinha Batista e autores como Villa-Lobos, Camargo Guarnieri, Ernesto
Nazareth e outros. “Sou muito voltada ao que é nosso”, diz com orgulho.
Gravou mais de 30 LPs. Quando o CD surgiu, ficou mais difícil, mas
mesmo assim ela gravou entre outros CDs, Este Brasil que Eu Tanto Amo
(Paulinas, 1995) e o Despertar da Montanha (Eduardo Souto).
Estudou
na França por dois anos e depois seguiu para uma temporada de dois anos
como catedrática nos Estados Unidos, onde ganhou um concurso de solista
e se apresentou até no Carnegie Hall, em Nova York. Mas preferiu voltar
para o Brasil. “Sou muito apegada às minhas raízes”, resume.
Com Henrique Morelembaum e o marido, ela prepara anualmente o repertório que executa pelos concertos que faz por todo o Brasil.
Eudóxia
mora desde 1982 em Perdizes, bairro onde, segundo ela, “tenho tudo à
mão”. Gosta de caminhar pela vizinhança, e tem tudo próximo de sua
casa, desde o dentista até a ginástica na Curves.

www.eudoxiadebarros.com.br

Soninha faz balanço|da sua gestão

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A Subprefeita Soninha Francine

Na agitada rotina de seu expediente
diário, a subprefeita Soninha Francine encontra um tempo para receber o
editor do Jornal da Gente para uma entrevista. Na pauta da conversa
assuntos mais recentes da administração lapeana e, sobretudo, um
balanço geral da gestão iniciada em janeiro deste ano. Confira o disse
Soninha sobre o desempenho do seu trabalho à frente do gabinete
principal da Rua Guaicurus, 1000.

Árvores
Um dos grandes entraves enfrentados pela subprefeita foi a falta de
equipes para podas e remoções de árvores. Soninha admite falhas nos
serviços, mas pondera levando em conta a dimensão do problema. “Claro
que estamos longe de uma situação ideal. Mas houve avanços. Colocamos
um estagiário para filtrar as demandas que recebemos de modo a eliminar
redundância de pedidos e realizamos um projeto piloto numa área
delimitada, envolvendo o perímetro circunscrito pela Turiaçu, Diana,
Sumaré e Apiracuana. Dez agrônomos numa verdadeira força tarefa (apoio
Secretaria do Verde e Meio Ambiente) examinaram todas as árvores dessa
área. De 1.200, apenas 120 não precisam de algum tipo de intervenção.
Esse projeto piloto mostrou-nos um caminho a ser seguido, que é a
mudança no tipo de contato licitado. Contrataremos por empreitada, com
a contratada tendo que zerar as pendências de uma determinada área”.

Iluminação
Outra grande queixa da população é quanto à precariedade da iluminação
pública. Aqui também Soninha reconhece que o munícipe tem razão em
reclamar e aponta caminhos para enfrentar a situação. “A
responsabilidade desse serviço é do Ilume. A subprefeita pode fazer a
articulação política que resulte em melhorias. Foi o que fizemos com a
vereadora Mara Gabrilli que acabou deslocando para a iluminação pública
uma verba destinada ao Tendal, mas que não poderia (por questões
burocráticas) ser usada no local”.

Enchentes
Soninha reconhece a gravidade do problema, sobretudo agora com as
chuvas de verão. “Na Pompeia decidimos (e fala isso sem esconder
frustração e até mesmo um sentimento de vergonha diante da população)
adotar um Plano de Emergência. Vamos monitorar a situação das chuvas em
contato com o Centro de Gerenciamento de Emergência para que tenhamos
tempo de interditar a região, assim como a Prefeitura fazia na região
do córrego Pirajuçara. Sei que isso é ridículo, mas é o que podemos
fazer, no momento. Existem estudos para a região, mas nada imediato. Já
se retoma a possibilidade de um piscinão e a abertura de novas bocas-
de- lobo ao longo do córrego Água Preta. Na região da Romana, Ipojuca,
por exemplo, o problema não se resolve com novas bocas-lobo, mas sim
com redimesionamento das galerias”.

Orçamento
Soninha não esconde sua decepção quanto ao Orçamento da Sub proposto
pelo governo para 2010: cerca R$ de 21 milhões, uma vez que em 2009 a
verba real disponível foi de R$ 28 milhões, enquanto que o montante
aprovado pela Câmara no final de 2008 era R$ 33 milhões. Ela admite que
com essa redução os serviços básicos de zeladoria ficam comprometidos.
“Precisamos de mais recursos. Não dá para trabalhar com um orçamento
desses. Vamos ter que sair passando o chapéu e contar com sensibilidade
das secretárias (estado e município). Também dá para negociar
parcerias. Refazer uma calçada de uma escola estadual é algo que pode
ser feito com verbas vindas da Secretaria de Educação (governo
estadual). Vamos avançar por aí, vamos firmar uma espécie de convênio
com essa secretaria para serviços de poda, calçamento e iluminação ao
redor de escolas estaduais”.

Cultura
Essa parece ser a área onde a Sub Lapa mais avançou em 2009, como a
própria Soninha reconhece. “Nem vou falar da reforma do (teatro)
Cacilda Becker nem do centro de Convivência (na antiga biblioteca
Cecília Meirelles), que são obras articuladas pela Secretaria de
Cultua. Mas lembro das atividades no Espaço Cultural Tendal da Lapa.
Mantive algumas pessoas, modifiquei outras, mas todas elas são ligadas
a Cultura, que não é só evento, espetáculo. É também oficina. E o
Tendal, agora tem um processo bem definido de cadastramento de
oficineiros. Nossas oficinas são populares. É muito gostoso e bonito ir
ao Tendal nos finais de semana e ver o que está acontecendo. Agora
vamos trocar experiências com as casas culturais de outras
subprefeituras”.

Comunidade
“Lá da Câmara (Soninha vereadora) até tentamos ser recebidos aqui (sub
Lapa) para falar de Tendal e Parque Orlando Villas-Bôas, mas não
tivemos sucesso. Acho muito importante o relacionamento
(comunidade-poder público). As pessoas sentem a necessidade de, no
mínimo, serem ouvidas. As pessoas têm essa necessidade de, no mínimo,
serem ouvidas. É preciso estar preparado para ouvir acusações. É
cansativo. No geral as pessoas são participativas. Se alguém se queixar
de falta de diálogo estarão sendo injustas. O que as pessoas precisam
entender é que nem tudo o que elas pedem pode ser atendido. Ás vezes
elas trazem uma reivindicação que é analisada do ponto de vista do
interesse coletivo e dela discordamos”.

Entrevista com o|nosso subprefeito

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O subprefeito de Pinheiros

Rogério Paixão, 51 anos, é o subprefeito de Pinheiros desde outubro deste ano. É oficial da reserva do Corpo de Bombeiros. Em 33 anos de Polícia Militar, serviu em diversas unidades da corporação, foi comandante dos 27º e 19º Batalhões da PMESP (Zona Sul e Leste, respectivamente) e do 1º Grupamento de Bombeiros. Foi ainda Chefe do Departamento de Recursos Humanos da Instituição. Atuou em diversas ocorrências de vulto, como os incêndios da refinaria de Paulínia e do Restaurante Lago Azul, na Região de Campinas, e na queda do avião da TAM em Congonhas. Participou do projeto que informatizou o COPOM como analista e visitou França e Inglaterra para conhecer técnicas de policiais e de bombeiros. Casado e pai de dois filhos, Paixão é formado em Engenharia Civil, Educação Física e Análise de Sistemas, com pós-graduação em Engenharia da Segurança e Fisiologia do Exercício. Está na subprefeitura de Pinheiros desde fevereiro de 2009. Antes de ser subprefeito, ocupou os cargos de Coordenador de Projetos e Obras, Coordenador de Planejamento e Desenvolvimento Urbano e Chefe de Gabinete até outrubro deste ano, quando assumiu o comando do órgão em substituição ao coronel Nevoral Alves Bucheroni. Nesta entrevista, via e-mail, o subprefeito responde sobre temas que envolvem a Vila Madalena.

Investimento na região.
A região de Pinheiros é 100% urbanizada. Por conta disso, o investimento feito pela subprefeitura na região é basicamente todo voltado para a manutenção da própria região: revitalização de praças e calçadas, serviços de poda de árvores, tapa buracos, etc. Além disso, existe um grande investimento na região que não compete à subprefeitura. Por exemplo, a Emurb realiza duas grandes obras nas regiões do Largo da Batata e da Vila Olímpia. Da mesma forma, as Secretarias de Saúde, de Educação e de Habitação possuem verbas próprias para seus equipamentos. Ou seja, são investimentos realizados na região, mas não com verba da subprefeitura. Os valores para a manutenção da cidade, em nossa região, incluídas as despesas administrativas, beiram os R$30 milhões em 2009, valores que tendem a aumentar em 2010, pois ainda existem questões orçamentárias em andamento.

Reclamações dos moradores e comerciantes.
Qualquer tipo de reclamação pode ser feita por diversas formas: pelo telefone 156, pelo Portal da Prefeitura, ou pelo e-mail pinheiros@prefeitura.sp.gov.br. Muitas vezes o assunto não é de competência da subprefeitura, mas o recebemos e encaminhamos ao órgão competente. Por exemplo, reclamações sobre barulho gerado por estabelecimentos competem ao Psiu (Programa de Silêncio Urbano), assim como o Limpurb (Departamento de Limpeza Urbana) é responsável pela fiscalização de caçambas irregulares e a coleta de lixo domiciliar. No caso de gritaria e baderna na rua, mesmo que por clientes de estabelecimentos comerciais, a Polícia (telefone 190) deve ser acionada. A subprefeitura possui equipes de plantão 24 horas. Nos finais de semana as denúncias podem ser feitas pelo telefone 3032-3017, que é o plantão de Defesa Civil da subprefeitura.

Mediação de conflitos entre moradores e comerciantes.
Muitos bairros da cidade possuem a característica de abrigarem residências e estabelecimentos de serviço e comércio. A Vila Madalena é um desses bairros. O papel da subprefeitura, nesses casos, é atuar como mediadora de conflitos, tentando conciliar os interesses de ambas as partes.

Lei seca e anti-fumo.
A subprefeitura não tem competência para agir na fiscalização na lei seca e lei antifumo. A primeira é fiscalizada pela Polícia Militar, enquanto a segunda é fiscalizada pela Secretaria Estadual de Saúde e fiscais do Procon.

Relacionamento da subprefeitura com comerciantes da Vila Madalena.
Recentemente nos reunimos com comerciantes da Vila Madalena. O objetivo foi estreitar o diálogo com esse ramo de atividade na região para que possamos orientá-los da melhor maneira e receber o apoio dos estabelecimentos no cumprimento da legislação. No que tange à fiscalização dos mesmos, o estabelecimento para ser regular precisa basicamente de duas coisas: que o imóvel esteja regular perante a prefeitura e que a atividade seja permitida pela lei de zoneamento. Para agilizar a obtenção da licença, está disponível desde outubro na subprefeitura o SLEA – Sistema de Licenciamento Eletrônico de Atividades, pelo qual o interessado pode obter sua licença pela internet, em poucos minutos.

Ecoponto da Rua Girassol com Rua Luiz Murat.
O Ecoponto da Vila Madalena foi um grande presente para a região. Instalado em uma área pública que estava degradada, não teve custo nenhum para a municipalidade. Por outro lado, diminuiu-se a quantidade de entulho que era depositado na região. A Agenda 2012 (Plano de Metas da Prefeitura) prevê a instalação de pelo menos um ecoponto por distrito até o final de 2012. Por enquanto, temos ecopontos em dois distritos: Pinheiros e Itaim Bibi. Estamos estudando terrenos que possam abrigar novos equipamentos.

Bulevar Vila Madalena.
Na verdade, apesar de bastante chamado de “bulevar” pela imprensa, o projeto inicial não se tratava de um bulevar, mas sim da troca de calçadas para garantir acessibilidade e mudanças viárias para ordenar o fluxo de veículos na região. No entanto, houve interferência do Ministério Público, que solicitou estudos técnicos detalhados sobre o viário para a CET. Decidimos optar pela simples revitalização do passeio, sem os alargamentos previsto nas esquinas, e sem a mudança viária. O novo projeto está em fase final de aprovação.

Os 450 anos de Pinheiros.
Pinheiros é, sem dúvida, uma região com forte marco cultural. Em 2010, celebraremos o aniversário de 450 anos do bairro e pretendemos montar uma série de atrações especiais para comemorar essa importante data. É só aguardar para ver!

Subprefeitura de Pinheiros
Avenida das Nações Unidas, 7.123, Pinheiros
Telefone 3095-9595
http://pinheiros.prefeitura.sp.gov.br/

Piquenique leva|família para praça

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Movimento de cidadania reúne a comunidade para tarde de lazer com música e jogos

As apresentações de bandas e
jogos do piquenique realizado pelo Movimento Boa Praça mudaram a rotina
da Praça Amadeu Decome, na tarde de domingo (29). Crianças, jovens e
adultos se divertiram nas brincadeiras que atraiu lideranças de outras
entidades como o Núcleo de Ação Local Vila Romana para a reunião.
O encontro foi o nono promovido pelo movimento de moradores (8
piqueniques e um mutirão de revitalização na Praça Paulo Schiesari). Na
Amadeu Decome foi o terceiro piquenique, outros três foram feitos na
Francois Belanger.
O projeto começou em setembro do ano passado, quando a filha da
moradora Cecília Lotufo, Alice, de quatro anos, pediu como presente de
aniversário um parquinho novo na praça François Belanger. Para atender
a menina, ela buscou apoio na subprefeitura, nas empresas da região e
entre moradores. “No dia 14 de setembro mais de duzentas pessoas se
reuniram para comemorar os cinco anos de Alice e mudar a cara da praça.
A experiência mostrou que a comunidade pode fazer muito por seu bairro,
recuperando as áreas e ocupando os espaços públicos”, diz a
idealizadora do movimento.
Outros encontros surgiram. Hoje o movimento reúne moradores dos bairros
Lapa, Vila Romana, Vila Anglo, Pompeia, Alto de Pinheiros e
Sumarezinho, que, assim como Cecília e Alice, buscam uma cidade mais
humana, com vizinhos que se conheçam e praças com vida. “Só em dezembro
não haverá encontro nas praças por causa das festas de Natal e Ano
Novo”, avisa ela.

Liderança

Idealizadora do projeto, Cecília tem o poder de reunir pessoas. Desde a
época dos caras-pintada ela consegue a façanha. “Fora” escrito em batom
foi a forma que Cecília encontrou para pedir a saída do presidente
Fernando Collor, durante o movimento estudantil em 1992. Sua entrega no
protesto chamou a atenção de fotógrafas e seu rosto ganhou as manchetes
dos grandes jornais do País, transformando-a na musa dos
caras-pintadas. Desde então ela briga por uma sociedade melhor.
Em seu blog, ela revela que gosta de viver no coletivo. “Estou muito
feliz, enquanto cidadã e aprendendo muito com esses encontros. Não é
porque fui dos caras-pintadas e viajei o mundo que conheço tudo”, diz a
líder do Boa Praça.
Para 2010, o movimento busca apoio para os encontros. “A Droga Raia
está propondo apoio de parceira durante o primeiro semestre de 2010.
Agora precisamos elaborar plano de apoio”.

A família na|mesa de Natal

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Sérgio Augusto Baldin Júnior

As festas de Natal são, via de regra, sempre voltadas para a família, e esse é o assunto desta entrevista: família. Tentamos entender o que significa esse “grupo de pessoas vivendo sob o mesmo teto ou com ancestralidade comum, pessoas ligadas por casamento, filiação ou adoção”, segundo o Dicionário Houaiss. Encontramos Sérgio Augusto Baldin Júnior, diácono pertencente à Congregação Salesiana, para jogar luz no assunto. Licenciado em Filosofia, com extensão no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), bacharel em Teologia e pós-graduando em Counseling (Aconselhamento) Pastoral, formado em Terceiro Setor e Planejamento, Sérgio, que tem 29 anos e será ordenado padre dia 12 de dezembro, também trabalha com aconselhamento de jovens. Acompanhe agora sua entrevista.

Você consegue definir família?
Dentro dos princípios da nossa tradução cultural, que remota ao século 19, como organização, é composta por aqueles membros que se associam pelo vínculo do matrimônio e têm a abertura para a geração de filhos, e continuam com os vínculos dos outros membros. Só que isso sofreu uma mudança na metade do século 20 para o século 21. Hoje, pela antropologia, trabalhamos com o termo núcleo familiar, que são aqueles que se agregam ao redor de uma mesma comunidade familiar, mas que não necessariamente têm vínculos consanguíneos, ou seja, partilham do mesmo lar, vivem no mesmo lar e são ligados por vínculos afetivos, mas não necessariamente laços de consanguinidade e nem laços diretos, como mãe, pai e filho.

O vínculo afetivo é mais forte do que o vínculo consanguíneo?
Os dois níveis são importantes, tanto a dimensão afetiva como a consanguinidade. São fundamentais biologicamente pela dimensão da espécie, mas cultural e socialmente também.

A mulher foi para o mercado de trabalho e o homem muitas vezes não tem emprego e fica cuidando da casa – na estrutura familiar, isso mexe com a cabeça da criança?
Mexer não seria bem o sentido. É preciso haver diálogo em situações que mudam o modelo social. A mudança do modelo social não incide diretamente na questão de valores que se atribui ao pai ou à mãe. O importante é que esses papéis sejam muito claros. E eles estão sendo alterados, por diversas situações, nas cabeças dos pais. Eles precisam conversar entre si sobre isso, conversar com os filhos, buscar ajuda e ter intervenções de pessoas que possam auxiliar nesse processo, se eles identificarem que existem alguns conflitos.

Trabalhando com aconselhamentos, você nota que esses diálogos existem numa situação como essa?
Em alguns casos, sim. Em algumas situações mais esclarecidas. Não estou falando em nível de informação, mas de pais que tem uma caminhada de informação da própria vida. Eles conseguem dar esse passo para constituir a família; outros, mesmo muitos bem informados academicamente, são fechados nesse sentido e os diálogos não acontecem.

Qual é seu trabalho com jovens?
Temos um trabalho de assessoria da pastoral, com objetivo, como salesiano, de ajudar o jovem no processo em relação à fé, e aí não é fundamentação pragmática religiosa. Educação à fé é ajudá-los a dar sentido à própria vida a partir da existência do chamado do desejo de Deus. São jovens internos da Fundação Casa, jovens dependentes químicos e até jovens que estão se descobrindo vocacionalmente para o projeto de formação, de faculdade, de primeiro emprego.

É possível notar na formação deles a falta de estrutura familiar?
Sim, mas isso não é regra. Há um risco muito grande de generalizar as coisas, de que famílias desestruturadas geram jovens problemáticos, que vão entrar em conflitos com a vida. Isso não existe. Pode potencializar algumas situações ou outros desestruturamentos, porque as famílias não agem como reguladora desses jovens e elas têm o papel regulador da vida desse jovem dentro de determinados princípios de padrão. Mas uma família pode estar formalmente constituída de pai, mãe, filhos, avôs, tios, todo mundo certinho dentro dos padrões tradicionais, e eles não conseguirem estabelecer o processo educativo em relação ao filho. O filho não vai ter esse parâmetro de limite. A questão é como se educa e não a estrutura à qual as pessoas estão sujeitas naquele determinado momento histórico. Sempre é importante o como e não o por quê.
Muitos jovens de classe média, teoricamente com boa formação, são tão transgressores, ou mais, do que jovens que não têm essa condição.
Sim, por exemplo, um jovem que foi cuidado somente pela avó, dentro do contexto de tráfico de drogas, ele não necessariamente vai estar envolvido com esse processo. Muito pelo contrário, ele pode traçar um caminho de vida dentro de valores que vão torná-lo uma pessoa muito boa.

E os casais homossexuais? Isso é uma realidade.
É um tema polêmico. Há uma questão de fundo psicológico justamente em relação à identidade. Se um casal adotar uma criança, ela  vai atribuir a dimensão do masculino e do feminino, que são fundamentais dentro do processo de desenvolvimento humano. Estou falando da dimensão sociológica, psicológica e antropológica, não religiosa. Há definição de papéis e função sociais que são importantes dentro do processo de desenvolvimento da criança, e valores que vão ser construídos a partir disso. É possível existir e viver adequadamente um projeto de felicidade dentro de um projeto autônomo de vida sem alguns desses fatores? Temos ‘n’ exemplos que nos mostram que sim, de crianças, de jovens que mostram que depois vão se desenvolver muito bem a partir da ausência de alguns desses elementos. O importante no processo de educação e de consolidação da família não é necessariamente a condição que ela está hoje, mas a o significado que se confere à vida de cada uma dessas pessoas que compõem a família. Isso é o valor fundamental.

Mas a Igreja é contra a união dessas pessoas.
Como instituição e como magistério, ela é contra. Ela tem que se colocar de maneira contrária para voltar sempre ao modelo do processo ideal, mas ela não deixa de acolher pastoralmente todos esses processos. Isso é bonito. A igreja nunca vai deixar de acolher pastoralmente e trabalhar e propor ajuda no melhor possível de cada família, cada pessoa que estiver nessa situação. Porque senão ela vai deixar de lado o próprio princípio do evangelho e ela não pode cair em contradição nesse sentido.
A mídia tem muita influência sobre a família?
A mídia apresenta sempre o modelo familiar, nas propagandas só tem casais perfeitos, com casais de filhos. É obvio que esse modelo tem conflitos internos, porque ninguém é perfeito, todo mundo está a caminho. Qual é a grande responsabilidade da mídia? Ela nunca apresenta o processo que pode levar a um equilíbrio dentro do modelo tradicional e o equilíbrio dentro dos outros modelos que aparecem hoje, como segunda união, casais separados, divorciados, casais homossexuais e tudo mais. Como isso é entendido socialmente? Quais os conflitos que geram esses modelos e o modelo tradicional? Todos os modelos têm conflitos, dificuldades. Sem dúvida, a responsabilidade da mídia está em humanizar os processos. São seres humanos que compõem essas famílias.

Deixe uma mensagem de Natal para as famílias lapeanas.
O centro do Natal não é simplesmente dar e trocar presentes, isso são necessidades sociais. O centro é o modelo de família que é proposto por Deus a partir de Cristo: José se dispõe a assumir Jesus e se torna pai adotivo dele, Maria assume o projeto de vida de Deus, ela vai ter que oferecer seu filho e sua vida também para acolher Jesus, para acolher o nascimento e a encarnação de Cristo. É de uma família não organizada a partir dos padrões tradicionais que temos a fé. Dali nasce a salvação da humanidade e essa salvação depois se transforma em luz. Então que o Natal sempre renove esses valores, e renove a fé que é alicerçada em Jesus Cristo.

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