Empório, delicatessen e adega. Promove com frequência degustações de vinhos e de queijos. De segunda a sexta, das 10 às 21h; sábado, das 10 às 21h. Avenida Dr. Arnaldo, 1.318, telefone 3873-3179.
Curso de Desenho
Através de técnicas específicas, o professor Roberto Rondino, especialista em ensino de desenho usando o lado direito do cérebro, vem revelando e formando há anos novos desenhistas. São três cursos. O básico, com aulas às terças-feiras, vai em 16 de março a 22 de junho. Para preparação para vestibulares, com aulas às quartas-feiras, vai de 17 de março a 23 de junho e o curso de perspectiva, inicia em 22 de março e termina em 28 de junho. Praça João Francisco Lisboa, 80, Vila Madalena. Informações pelo telefone 3812-5335 ou pelo www.rondino.com.br
Curso de Decoração
Decoração. Teoria da decoração, composição, circulação, harmonias, teoria das cores, materiais e revestimentos, como dispor obras de arte e acessórios, estilos de mobiliário. Inclui visita a uma exposição e o projeto de decoração de um ambiente de sua casa feito pelo aluno. São 4 parcelas de R$ 287. ABRA – Unidade Pinheiros. Rua Amália de Noronha, 99, telefones 3061-1487 e 3624-0927.
Curso de dança contemporânea
Dança. Curso de dança contemporânea, balé, canto, respiração. Para todos os níveis. Nova Dança. Rua Grajaú, 534, telefone 2478-9194.
Arte para crianças
Método individualizado de ensino. Desenho, pintura, história em quadrinhos, decoração e moda para crianças. Agende aula experimental gratuita! ABRA – Unidade Pinheiros. Rua Amália de Noronha, 99, telefones 3061-1487 e 3624-0927.
Aba Sheli – Meu pai.
Pinturas de Émile e Isabelle Tuchband. Consultoria de Ana Helena Curti. Nessa exposição convivem, lado a lado, os trabalhos de duas gerações de artistas, pai e filha. O pai, Émile Tuchband (1933-2006), nasceu em Paris. Cresceu ao lado de Chagall e Soutine, enfrentou a guerra (foi enfrentado por ela) e veio ao Brasil para encontrar seu grande amor: Marlene, sua esposa e mãe de Isabelle. Suas vibrantes paisagens e a exuberância de suas cores formam uma rica e encantadora mistura de França e Brasil. A filha, Isabelle Tuchband, nasceu em 1968 na cidade de Taubaté. Cresceu entre os pincéis e as tintas do atelier do pai, aprendendo desde cedo a ver o mundo com as cores da arte. Estudou artes plásticas em Paris, e hoje vive e trabalha em São Paulo. Isabelle herdou do pai a sabedoria sutil de orquestrar cores. Até 31 de maio. Grátis. Terça a sábado, das 12 às 21h, domingo, das 12 às 19h. Centro da Cultura Judaica. Rua Oscar Freire, 2500 (ao lado do metrô Sumaré). Telefone 3065-4333.
Bloco da Pompéia|festeja centenário
A 4ª edição do “Bloco Passaram a Mão na
Pompeia” sai pelas ruas do bairro no próximo sábado, 6, a partir das
13h. O aquecimento será no mesmo local dos anos anteriores, em frente
ao Bar Santa Zoé, na Rua Cotoxó, 522.
Esse ano o bloco passa pelos Bares Valge, Olivo, Botequim e
Desembargador (patrocinadores do bloco), percorrendo as Ruas Cotoxó,
Ministro Ferreira Alves, Caraíbas e Desembargador do Vale.
O idealizador, Ricardo Zambo, explica que se trata de um bloco de rua
comandado pelos tradicionais instrumentistas da Banda do Peru,
originários do Largo de São Francisco. “Será um verdadeiro encontro de
gerações ligado ao resgate das tradicionais marchinhas de carnaval com
passeio pelo bairro”.
Quem quiser pode comprar a camiseta do bloco por R$ 25,00, no Centro
Cultural Pompeia (telefone 3875-2996) ou com Ricardo (celular
8326-5007). “Não é obrigatória a compra da camiseta para participar, é
apenas uma recordação”, avisa Zambo.
A folia tem o apoio do Centro Cultural Pompeia (CCP), Jornal da Gente,
Guia Daqui e Daqui TV. “O desfile do bloco marca no início das
comemorações do centenário da Pompeia”, afirma Cleber Falcão do CCP.
Chuva traz prejuízos|e morte na região
Foto:

A chuva que caiu na madrugada
de quinta-feira deixou saldo negativo na área da Subprefeitura da Lapa.
Segundo o coordenador Distrital de Defesa Civil da Subprefeitura da
Lapa, Nelson Masahiro Suguieda, foram registrados dois desabamentos, um
deles na Rua Rifaina, 578, na Vila Anglo Brasileira, onde o morador
Artur Orlando De Fazzio, de 75 anos, morreu. As paredes da casa de
Fazzio não resistiram à tempestade e desabaram por volta das 2h da
madrugada. Também foram registrados dois deslizamentos de terra, um na
Avenida Sumaré com a Ministro Godói e outro na Rua Bicudo Cortez (Vila
Anglo Brasileira). “Ali choveu cerca de 120 mm enquanto o resto da
região registrou 113”, afirma o coordenador.
A equipe de Suguieda também registrou vários pontos de alagamento na
Vila Leopoldina, Lapa, Lapa de Baixo, Jaguaré e Pompeia além de três
quedas de muro, na Rua Apinagés (1930), Rua Aurélia (1695) e na quadra
da Escola de Samba Águia de Ouro, localizada nos baixos do Viaduto
Pompeia.
Prejuízos
A quadra da Águia de Ouro foi invadida pela enchente que arrebentou as
portas e derrubou o muro que dá fundos para a linha férrea. O nível da
água chegou a dois metros de altura e carregou mesas, cadeiras,
adereços e as geladeiras do bar. Segundo Denise Maria de Carvalho, a
sorte foi que as fantasias piloto estavam no palco e as do desfile
desse ano estavam na casa de cada um dos integrantes da escola. “As
fantasias levadas pela chuva são as do ano passado que estavam no
barracão para doação à outras escolas (menores). A cachorra Preta Gil
que fica na quadra conseguiu se salvar dentro de uma geladeira velha
usada como armário, na cozinha.
As operações da Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo
(Ceagesp) foram interrompidas às 3h da madrugada da quinta-feira (21)
devido à inundação causada pelo transbordamento do Rio Pinheiros, que
atingiu 90% das ruas do Entreposto. As operações da Ceagesp foram
retomadas no mesmo dia, às 16h30. Os prejuízos chegam a R$ 15,5 milhões.
A Prefeitura reforçou as equipes para amenizar os efeitos das enchentes
e o governador José Serra promete intervir junto ao Governo Federal
para construção de um sistema de drenagem na região da Ceagesp. De
acordo com o coordenador da Defesa Civil na Lapa, há tendência de chuva
forte para o final de semana. O telefone da Defesa Civil na Lapa é o
3396-7524 ou 3396-7584 (24h por dia).
Dona Maria Amélia:|da dor ao amor
Ela é um exemplo de vida:
aos 83 anos, ainda trabalha na Secretaria Estadual de Assistência e
Desenvolvimento Social do Governo de São Paulo. Dona Maria Amélia
Vampré Xavier fala inglês, espanhol e francês fluentemente, trabalhou
como secretária bilíngue e foi, por muitos anos, membro atuante da
APAE, como consultora para assuntos internacionais. Ela mora em
Perdizes desde que se casou, no mesmo endereço, com marido e o filho
Ricardo, que tem Síndrome de Down. Numa manhã quente e ensolarada, ela
nos deu essa preciosa e simpática entrevista, que você acompanha agora.
Ao longo de quase uma hora de conversa, Dona Maria Amélia demonstrou
uma memória impressionante e uma energia que só encontramos raramente,
seja física ou moral.
Aos 83 anos, a senhora ainda está trabalhando?
Trabalho,
sim. Fui convidada pelo Sr. Amato, da Fiesp. Eu fui secretária do Dr.
Rogério Amato por três anos. E em 2006 ele pediu ao Governador Serra
que autorizasse a me contratar.
O que faz na Secretaria?
Sou
assessora do Gabinete do Estado. Trabalho com a Secretária Estadual
Rita Passos, que é deputada estadual. Ela criou um tipo de hospital-dia
para quem tem pessoas idosas e precisam sair para trabalhar. E ela
pretende fazer isso no projeto de Futuridade. Tem o projeto de moradia,
que se chama Vida com Dignidade, que prevê até a construção de uma casa
totalmente adaptada pessoas com mais idade.
A senhora é formada em quê?
Em
Letras, pelo Mackenzie. Eu era secretária bilíngue. Com o fim de
guerra, em 1945, com o desemprego, veio o desafio e foi muito bom para
uma menina como eu, pelo fato de eu saber inglês, que aprendi no
Mackenzie e ainda tinha professora particular.
Um de seus filhos é excepcional?
Sim, o mais velho, Ricardo. Hoje ele tem 56 anos.
Vem daí seu envolvimento com a APAE?
Sim,
fundamos a APAE de São Paulo, em 1960. Era um pequeno grupo de 10, 12
pessoas. Nós tínhamos filhos com problemas. Meu filho tinha de 3, 4
anos quando fundamos. Estávamos comprometidos, mas não sabíamos nada de
nada, não tínhamos a menor ideia, o que fazer com as sequelas… eles
tinham mil problemas devido à Síndrome de Down. Era muito complicado.
Vários médicos eram muito cheios de si e não davam confiança nem
assistência para a família. Hoje, tudo mudou porque a Organização
Mundial de Saúde declara que os pais são os maiores envolvidos e
esclarecidos. Somos os únicos que ficamos dia e noite, ficamos a nossa
vida inteira lidando com os nossos filhos.
E como foi a fundação da APAE?
Foi
uma época complicada. Fiz parte da primeira diretoria da APAE. Não
tínhamos sede. Nos reuniamos na minha casa, depois outra semana era na
casa de Ruth e Gilberto da Silva Telles, outra no Paraíso onde morava a
vice-presidente… No final de 1961, concluímos que era necessário ter
uma sede e aí alugamos uma casa perto da Igreja de Nossa Senhora do
Carmo. E já foi difícil porque meu marido, que era secretário geral da
APAE na época, foi ver se podia alugar aquilo, mas não conseguimos
porque acharam que nosso negócio era um risco. Aí, o marido da
vice-presidente, que era médico, falou que seria o fiador da APAE e
resolveu tudo. Sempre foi assim, muito difícil, mas todos tínhamos
interesse.
Naquela época era mais um tratamento para as crianças, não tinha a inclusão social que se tem hoje?
Sim.
Nós tínhamos uma amiga que se chamava Dra. Lilia Pereira. Ela era uma
pessoa que gostava da causa, era psicóloga no Rio de Janeiro e
trabalhava na Sociedade Pestalozzi. Ela gostava de ajudar porque não
era casada, nem tinha filhos e viajava pela Europa. Ela sabia que na
Dinamarca tinha tido um grande progresso sobre esse tipo de trabalho.
Ela trazia informações e dizia ‘vocês têm que se informar mais,
comunicar-se com eles’. Como eu era secretária bilíngue, nossa
presidente me deixou encarregada disso.
A senhora recebia documentos, traduzia e tentava implantar aqui?
Sim,
eu passei a fazer contatos com universidades americanas, com a
Inglaterra, com associações de pais e eles foram nos respondendo, nos
mandando documentos e nos informando. Toda a documentação da APAE de
São Paulo partiu dessa iniciativa. Fomos pensando como poderia ser a
fórmula básica. E foi muito legal porque anos mais tarde, em 2004, eu
estava em casa sossegada assistindo TV e recebo um telefonema em
espanhol. A pessoa era do Canadá, da Organização Mundial de Saúde, e
dizia que eu era convidada para ir para Montreal em outubro. Eu tinha
sido escolhido entre as 35 personalidades da América Latina como uma
pessoa de autoridade de capacidade intelectual. Eu achei que tinha
algum engano (rsrs).
E a senhora foi para Montreal?
Sim,
fui, ganhei o prêmio e falei em inglês em nome de todos aqueles países
que estavam ali como o Peru, Argentina, Chile, México, etc. Foi
fantástico, uma experiência notável.
E o que faz na APAE hoje?
No
momento apenas faço parte do grupo de envelhecimento dessas pessoas
deficientes. Quando nós fundamos a APAE, nossos filhos duravam 18, 20
anos de vida apenas. Os médicos diziam era difícil lidar com filhos
assim porque eles não iam andar, iam ser um vegetal, tudo isso era
besteira. Acontece que, com o tempo, a longevidade das pessoas no mundo
todo deu pulos imensos. A criança com síndrome de Down tem muita
facilidade de ter problemas de tiroide, problemas cardíacos e,
antigamente, 90% morriam de doenças cardíacas, mas com o tempo e as
tecnologias, elas acabaram sendo recuperadas e hoje são adultos e estão
muito bem.
E seu filho está bem?
Ele está bem. Ele tem
uma lesão muito grave na espinha, uma má formação da espinha dorsal que
ocorre na fase embrionária. Muitos anos atrás, a gente não sabia que o
ácido fólico é um dos principais componentes para ajudar a não ter esse
tipo de problema. Países como Canadá e Estados Unidos há mais de 20
anos têm uma lei que todas as mulheres grávidas ou que pretendem
engravidar devem tomar ácido fólico ou adquirirem na alimentação. O
Ricardo é muito alegre, ele é muito feliz da vida, muito contente.
E por causa dele a senhora escreveu um livro?
Sim,
Sobre o Outro Lado do Arco-Íris, que fala sobre meu filho Ricardo. Quem
me desafiou a escrever foi o escritor João Carlos Pecci, irmão do
Toquinho, que ficou paraplégico num desastre de automóvel. Depois de
tê-lo conhecido, dei para ele alguns questionários que eu tinha
respondido e ele escreveu uma carta linda que dizia mais ou menos
assim: ‘Maria Amélia, você sabe o que é ser egoísta, pois guarda apenas
para si uma sabedoria de amor e de doação’. Quando recebi, chorei e
fiquei muito emocionada, me senti desafiada e aí surgiu esse livro.
E como foi escrever?
Escrevi
para relatar meu dia a dia e achei que foi tão compensador, foi tão
bom. Muitas pessoas me convidaram para dar palestras sobre o Ricardo.
Desde quando está no bairro?
Desde
que me casei, em 1952. Moramos numa casa pequenininha. às vezes vem
alguém dizendo que vai construir prédios grandes e demolir todas as
casas pequenas, mas não temos vontade de morar em apartamento.
E o seu dia a dia?
Trabalho
só meio dia, na parte da manhã, o outro período tenho que olhar meu
filho. Não tenho quem olhe ele. Tenho uma faxineira que me ajuda e faz
aqueles serviços domésticos. Meu marido não trabalha mais, mas ele tem
que sair um pouco também.
Tem uma mensagem para os nossos leitores?
Hoje
em dia a deficiência não é mais um símbolo de vergonha ou um castigo
divino para os pais. Temos que entender que a deficiência é no mundo
todo. Todos os pais e mães que têm filho com Down sofrem e ficam se
perguntando ‘o que será que eu fiz para Deus me mandar esse filho?’
Essa pergunta, que muita gente faz nas grandes crises da vida, tem uma
resposta muito importante: tudo que é superficial passa, mas um filho
mexe com nosso interior.
TV Cultura conta|a história da Lapa
A série História dos Bairros de São Paulo II é na atração da TV Cultura.
A produção conta com 20 documentários recheados de depoimentos de
personalidades inseridas nas respectivas localidades, além de
historiadores.
Neste domingo, 17, às 22h05, vai ao ar “Cinzas Eternas – Uma declaração
de amor à Lapa”, documentário que pega como gancho a carta-testamento
do falecido lapeano Osmar Bueno de Carvalho. Um dos criadores da
bandeira da Lapa e participante ativo da vida social e política da
comunidade, Osmar deixou por escrito o desejo de que suas cinzas fossem
espalhadas por algumas das ruas em que viveu por toda a vida.
Essa e outras histórias de paixão pelo bairro são retratadas no
documentário, que conta com depoimentos do historiador José Carlos de
Barros Lima; do presidente do Consabs, José Benedito Boneli Morelli; e
de Décio Ferreira, lapeano da velha guarda falecido em 2009.