Moradores e escolas se mobilizam contra centro de acolhida na Lapa

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A possibilidade de um imóvel na esquina das ruas Dom João V e Gago Coutinho, na Lapa, ser transformado pela Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social (SMADS) em Centro Temporário de Acolhimento (CTA) está preocupando os moradores e donos de estabelecimentos da região, especialmente os diretores das escolas próximas.

O imóvel, cujo aluguel está sendo negociado pela SMADS, seria utilizado para atender cerca de 200 moradores de rua que circulam na região da Lapa, além dos mais de 100 assistidos atualmente pelo Atende existente na Avenida Gastão Vidigal, na Leopoldina. A questão levantada pelos moradores e empresários da Lapa é que o local fica em uma área residencial e com muitas escolas.

“Em um raio de 500 metros desse local existem nove escolas, por onde circulam mais de 5 mil alunos. Além disso, a escolha do prédio é totalmente inadequada porque fica em frente ao complexo viário Pirituba-Lapa, por onde circula um número enorme de pessoas e veículos”, diz Carlos Alexandre de Oliveira, da Associação Viva Leopoldina (AVL).

De acordo com o diretor do Colégio Pré-Médico, Gerson Nunes, desde que a notícia da possível transformação do galpão em CTA passou a circular, a diretoria da escola vem sendo questionada pelos pais de alunos. “Eles estão preocupados com a segurança dos filhos”, explica Nunes.

Na terça-feira, 16, representantes das associações de moradores AMOCITY, do Alto da Lapa, LaRoma, da Lapa e Vila Romana, além da AVL e de diretores do Pré-Médico e do Adventista foram recebidos pela supervisora de assistência social da região da Lapa, Cleide Leonel Amaro Mendes, que confirmou as tratativas da SMADS para locar o imóvel. Ela afirmou, no entanto, que o processo para a concretização do projeto ainda não está concluído. “A organização social que será responsável pela administração do novo centro de acolhida está juntando toda a documentação necessária, que será encaminhada à secretaria”, explicou.

Diante da argumentação dos moradores de que o local pretendido não é adequado, a supervisora se comprometeu a levar a reivindicação de que o novo CTA seja instalado em outro imóvel, mais distante das áreas residenciais do bairro, diretamente ao gabinete da SMADS.

Com o apoio do vereador Eliseu Gabriel (PSB) e do deputado estadual Delegado Olim (Progressistas), que enviaram representantes ao encontro, as associações vão encaminhar ofício à Prefeitura expondo a situação. “Estamos, inclusive, respaldados por uma lei municipal, de autoria do vereador Eliseu, que protege a segurança dos estudantes”, ressalta Carlos Alexandre, da AVL. As entidades também estão fazendo circular um abaixo assinado, que já conta com mais de 3 mil assinaturas, contra a locação do imóvel pela SMADS.

O problema também foi exposto na última reunião do Conseg Lapa, na quarta-feira, 17, da qual participaram o subprefeito da Lapa, coronel Paulo Telhada, e o deputado estadual Capitão Telhada. Os dois se comprometeram a discutir o assunto com o prefeito Ricardo Nunes.

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