Juruá é um dos modos como os Guarani se referem aos não indígenas. É nessa condição, atravessados por encontros com os Guarani M’byá, que corpos e palavras se movimentam nesse espetáculo de dança do grupo Cia. Oito Nova Dança, em cartaz no Teatro Cacilda Becker (Rua Tito, 925 – Lapa) na sexta, 27, sábado, 28 e domingo, 29, às 21 horas, com entrada gratuita.
Em Juruá, a Cia. Oito Nova Dança dá continuidade à pesquisa de linguagem que intersecciona movimento e sonoridade inspirada pela leveza e resistência dos xondaros, os guardiões guaranis e sua dança de enfrentamento e esquiva. Juruá faz referência a um povo que jamais será Guarani, mas também não mais os mesmos após os encontros nas aldeias, na cidade e em nossos corpos.
A peça faz parte do tríptico “Lá | Esquiva | Juruá”, que busca investigar a relação entre corpos, espaços e culturas através de diferentes linguagens artísticas, incluindo dança, música, videoarte e iluminação. Em cada apresentação, o público também tem acesso a uma instalação audiovisual que apresenta o trabalho de campo da companhia com os Guarani, bem como desdobramentos artísticos a partir dessa experiência.
A peça tem como objetivo promover o diálogo e a troca de conhecimentos entre a cultura indígena e a cultura não indígena, através de uma linguagem cênica que combina movimento, som e audiovisual. O termo “juruá”, que significa “estrangeiro” ou “não indígena” na língua Guarani, é utilizado para refletir sobre a relação entre esses dois mundos e a possibilidade de aprendizado e aliança através da diferença.