Após vários meses de ações recorrentes de zeladoria realizadas pela Subprefeitura Lapa em conjunto com a polícia, o canteiro central da Avenida Doutor Gastão Vidigal, na Vila Leopoldina, está limpo e praticamente livre de lonas e barracas utilizadas por moradores de rua. Parte da mini cracolândia que usava o local, no entanto, continua na região, tendo migrado para as ruas e avenidas da vizinhança. Vias como a Ariovaldo Silva, Manoel Bandeira, Potsdam e Avelino Chaves ainda têm as calçadas repletas de lonas e tendas, com a sujeira se espalhando pelo local.
“Graças à ação da Sub Lapa e da polícia, que tem mantido equipes no local três vezes por semana para realizar serviços de coleta de lixo e entulho, varrição e limpeza do canteiro central e das guias e sarjetas, a Gastão Vidigal agora está limpa e as pessoas podem andar com mais tranquilidade por ali”, diz o presidente da Associação Viva Leopoldina (AVL), Umberto Sarti. “É importante, agora, os cidadãos de bem retomarem esse espaço, voltando a praticar corridas e caminhadas e andando de bicicleta na ciclofaixa, para que a mini cracolândia não volte a se espalhar por ali”.
Também membro da AVL, Carlos Alexandre destaca que, aos poucos, os moradores e aqueles que trabalham no entorno da Ceagesp estão recuperando o direito de ir e vir na região. “O trabalho que está sendo feito pelo poder público tem respeitado a população de rua, mas também ajudando a revitalizar a área do entorno da Ceagesp, para que as pessoas possam transitar ali com tranquilidade e segurança”, ressalta.
Na primeira reunião do ano do Fórum Social Leopoldina, na segunda-feira, 29, o tema população de rua esteve no centro dos debates. “O quadro pop rua na Leopoldina continua sem solução. O que houve no canteiro central da Gastão Vidigal foi a expulsão dos excluídos, sem que a Prefeitura apresentasse um plano de inclusão. Foi apenas uma ação de força. A Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social – SMADS, Saúde e Direitos Humanos não foram chamadas a atuar num planejamento integrado”, avalia Adaucto Durigan, um dos fundadores do Fórum Social. Diante desse quadro, o Fórum Social Leopoldina irá intensificar o diálogo com as secretarias municipais, na busca de programas estruturantes de inclusão do povo de rua.
Durigan ressalta que a entidade vem defendendo, em seus mais de 10 anos de existência, a dignidade ao povo de rua com a adoção de políticas públicas de inclusão. “A rua, que fique claro, não é lugar de moradia. Porém, expulsar de lá os excluídos sem apresentar um projeto social é injusto e desumano. Isso apenas deslocou a população vulnerável para as imediações”, explica.