Na visão de grande parte dos paulistanos, o número de moradores de rua aumentou no último ano. Isso é o que aponta a mais recente edição da pesquisa Viver em São Paulo: Pobreza e Renda, realizada pela Rede Nossa São Paulo em parceria com o Ipec. Na região da Subprefeitura Lapa, o problema preocupa as entidades de cunho social que atuam na área, para as quais esse aumento também é percebido em bairros como a Lapa, Perdizes, Pompeia e, especialmente, na Vila Leopoldina, no entorno da Ceagesp.
De acordo com o levantamento da Nossa São Paulo, 80% dos moradores de São Paulo acham que aumentou o número de pessoas em situação de rua no último ano; 11% dizem que está igual e 3%, que diminuiu; 79% dizem também que percebem aumento no número de pessoas em situação de fome e pobreza.
O aumento do desemprego é apontado pela maioria dos entrevistados (84% do total de menções) como o principal motivo para o crescimento da população em situação de rua, seguido pelo alto custo de vida na cidade (66%) e pela elevação do preço dos aluguéis (56%). Para 65% dos moradores da cidade, também houve aumento do número de pessoas pedindo esmola nos últimos 12 meses, sendo que 58% percebem que há mais famílias entre os moradores de rua.
Entre as medidas que devem ser tomadas para melhorar a situação dos moradores de rua, as políticas de moradia (como aluguel social) são as mais mencionadas (48% das respostas), seguidas pela oferta de cursos de capacitação profissional (42%) e pela ampliação da rede de atendimento socioassistencial (40%). Já como forma de melhorar a vida das pessoas incluídas na linha de pobreza, as políticas de geração de emprego são as mais mencionadas (64% das respostas), seguidas pela garantia de renda mínima (54%) e pela redução do valor de contas básicas (53%), como água e energia.
Segundo um dos fundadores do Fórum Social Leopoldina, Adaucto Durigan, o aumento da população de rua na região é evidente. Um levantamento do fórum social mostra que, apenas na área da Avenida Gastão Vidigal e entorno, há atualmente mais de 130 barracas abrigando os sem-teto. “Defendemos que o governo privilegie ações nas áreas de assistência social, saúde e habitação focadas na população de rua”, diz Durigan. “Priorizar, como a prefeitura vem fazendo, apenas ações de zeladoria não resolve o problema”, afirma.