SP tem 65% de área construída com uso residencial e região acompanha tendência

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Foto: Lúcia Helena Oliveira

Lúcia Helena Oliveira
Vila Leopoldina segue tendência de uso residencial de imóveis

Mais de 65% da área construída na cidade têm uso residencial. Isso é o que mostra um estudo elaborado pela Coordenadoria de Produção e Análise de Informação (GEOINFO) da Secretaria Municipal de Urbanismo e Licenciamento (SMUL). Os bairros sob jurisdição da Subprefeitura Lapa acompanham essa tendência, com um número bem maior de lançamentos residenciais do que comerciais.

Para chegar a essa conclusão, os técnicos da GEOINFO analisaram dados do IPTU para o ano de 2021. Entre os principais resultados, o estudo sinaliza que a cidade possuía, em 2021, 547,4 milhões de m² de área construída. Deste total, 65,8% apresentavam uso residencial, com destaque para o “Uso Residencial Vertical Médio Padrão”. Somados, tipos de comércio e serviços detinham 22,5% da área construída. Os 11,3% restantes se dividiam entre indústrias, usos especiais, usos coletivos, escolas, armazéns e depósitos e garagens não residenciais.
No levantamento é possível identificar, por exemplo, que o “Uso Residencial Vertical Médio Padrão” está presente em todas as regiões da cidade, mas com maior concentração no centro expandido; o “comércio e serviço horizontal” aparece com frequência na porção leste da região central (distritos de Pari e Brás); o “uso industrial” é predominante às margens do Rio Tietê — em sua porção oeste –, no eixo do rio Tamanduateí e nos distritos de Santo Amaro e Campo Grande, na região sul, e as “garagens não residenciais” são visíveis em distritos da região central e entorno.

A arquiteta e urbanista Lígia Rocha chama a atenção para o fato de que a região da Lapa, Leopoldina, Perdizes e Pompeia, embora acompanhe a tendência de ter grande parte dos imóveis com uso residencial, apresenta diversas áreas de uso misto, nas quais se misturam residências, comércio e serviços. “O Plano Diretor vigente estimula os usos não residenciais no térreo e isso é bastante interessante. As cidades – ou áreas – de uso misto são locais onde circula mais gente na rua durante o dia e à noite, sendo, portanto, mais seguras”, explica.

Já a presença dos bairros jardins, como o Alto da Lapa, também tem sua importância, segundo Lígia, pois embora não sejam bairros mistos e sim zonas estritamente residenciais, prestam um grande serviço ambiental para a cidade. “Falando aqui da região, o Parque da Lapa também é outra área bastante interessante. Apesar de ser residencial, não tem a característica de bairro verde como o Alto da Lapa, mas contribui para essa diversidade saudável para o território”.

Segundo a arquiteta, a pluralidade de formas de ocupação da cidade é que a torna um espaço mais democrático e melhor para se viver. Por isso, ela ressalta, é importante dinamizar os usos nas áreas em que isso é permitido. “No entorno da Ceagesp, por exemplo, seria interessante ter mais edifícios de comércio e serviços, para que a região ofereça mais oportunidades de empregos e permita que outras classes sociais circulem por ela”, explica.

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