Crime acende alerta sobre feminicídio na Leopoldina

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Foto: Lúcia Helena Oliveira

Lúcia Helena Oliveira
Bolsa da vítima foi deixada na cena do crime

Um crime passional, ocorrido na segunda-feira, 31, chocou os moradores da região da Vila Leopoldina, movimentando as redes sociais. Enquanto esperava um Uber, em frente ao prédio onde morava, na Rua Carlos Weber próximo ao Pão de Açúcar Minuto, uma mulher de 46 anos foi abordada pelo ex-marido, inconformado com a separação. Após uma rápida discussão, o homem disparou três tiros, matando a ex-companheira.

Após o crime, o assassino, de 53 anos, seguiu em seu carro para o condomínio onde morava, também na Carlos Weber, altura do cruzamento com a Rua Tripoli. A polícia, chegando logo em seguida, iniciou conversação para que ele se rendesse. Após dizer que iria pegar algumas roupas e se entregar, o homem atirou em si mesmo, morrendo no local.

Com esse incidente, a região entra nas estatísticas de feminicídio no país, que, segundo relatório divulgado no final de julho pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, aumentou em 6,1% de 2021 a 2022.

Ao comentar sobre o crime, a ex-procuradora de Justiça do Estado de São Paulo, Luiza Nagib Eluf, autora do livro ‘A paíxão no banco dos réus’, afirma que “o comportamento do assassino resulta do entendimento equivocado de que os homens podem mandar nas mulheres até o ponto de decidir se elas devem viver ou morrer”. “O ciúme descontrolado leva à cegueira e à tragédia. Na cultura brasileira, herdada dos colonizadores europeus, os homens querem ter total controle sobre as mulheres, chegando à insanidade de praticar o assassinato. É preciso reeducar o povo e ensinar o respeito em todas as circunstâncias. Afinal, ninguém é de ninguém”, ressalta Luiza Eluf, que é moradora da região e foi subprefeita da Lapa.

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