Geógrafo busca entidades ou estudantes para receber material histórico

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Foto: Bárbara Dantine

Bárbara Dantine
Tese de mestrado do professor Uyvão Pegaia sobre a rede bancária

A transformação pela qual passa a Lapa é bastante visível. E para quem sempre viveu aqui e pode conhecer um bairro totalmente diferente isso é ainda mais notável. Esse é o caso do professor Uyvão Antonio Pegaia, de 87 anos, todos vividos na região.
Como grande parte dos lapeanos, tem origem italiana e viveu em diversas casas da Vila Romana. Mestre em geografia pela USP, lecionou em colégios como o Campos Salles, Stella Maris, Liceu Eduardo Prado, Nossa Senhora da Paz e também no ensino superior, na disciplina de geografia econômica.

Se hoje contamos com o amparo da tecnologia que nos permite visualizar bairros e cidades em mapas 3D, com planilhas dinâmicas que rapidamente consolidam qualquer quantidade de dados, na época em que Uyvão defendeu sua tese, em 1965, os procedimentos eram bastante diferentes. Uyvão percorreu bem toda a região para desenhar os mapas com escalas precisas da Lapa. Embora com o centro comercial e entorno da Rua Doze de Outubro já bem consolidados, seus registros de uma Lapa de Baixo dominantemente industrial não se assemelham em nada ao que o bairro é hoje. Registros inclusive fotográficos, catalogados e guardados cuidadosamente em envelopes da empresa Fotóptica que anunciavam o serviço exclusivo de “um novo processo de ampliação de filmes de 35 mm”, chamado duplicópia, que permitiria recortes ampliados por preços menores.

Tendo trabalhado na Secretaria do Trabalho, Indústria e Comércio, e também no Banco da Lavoura de Minas Gerais pelo período de dez anos, o professor focou sua tese de mestrado nos aspectos geográficos da rede bancária na cidade de São Paulo, resultando em uma publicação de mapas e dados verdadeiramente histórica com a criação das agências em cada região da cidade. Um avanço na época incomparável com os dias de hoje, quando temos internet banking e PIX.

Mas talvez a maior paixão de Uyvão seja a de educar e transmitir conhecimento. E sendo o detentor de uma grande quantidade de caprichados mapas, croquis e fotografias, o professor sabe o valor histórico do material tanto para quem é estudante das áreas de história, geografia ou arquitetura e urbanismo, ou mesmo para quem quiser ter um registro da própria história da Lapa, que em apenas 50 anos mudou completamente. Uyvão afirma que vai disponibilizar o material para quem puder dar um bom uso a ele. Entidades ou estudantes interessados podem entrar em contato com o JG através do e-mail redacao@jornaldagente.inf.br para mais informações.

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