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O recente acordo entre a Polícia Militar e a Prefeitura de São Paulo, pelo qual homens da PM passam a atuar (em seus horários de folga) em áreas de grande movimentação do comércio ambulante (podendo inclusive apreender mercadorias irregulares) muda radicalmente o cenário na região da Rua Doze de Outubro.
Na quinta-feira, feriado de Corpus Christi, com boa parte do comércio local abrindo as portas, 25 policiais da 2ª Companhia do 4º Batalhão patrulharam o centro comercial inibindo por completo a ação dos camelôs que costumam armar suas barracas na Doze e imediações mas não possuem o Termo de Permissão de Uso (TPU), licença emitida pela Prefeitura. “Com o apoio diário da PM vamos reordenar a atuação dos ambulantes”, garante o subprefeito Carlos Fernandes. “O TPU determina o local exato onde cada um está autorizado a atuar de forma legal. A fiscalização conjunta (polícia e subprefeitura) só permitirá o trabalho daqueles que, de fato, estão autorizados a vender na região do centro comercial da Lapa”.
Incorformismo
Nos dois primeiros dias do rígido controle a movimentação de ambulantes em ruas como Doze de Outubro e Cincinato Pomponet ficou sensivelmente reduzida. Mesmo quem tinha TPU regular acabou desistindo de expor suas mercadorias, uma vez que a fiscalização também controla a origem do produto e o tamanho da barraca instalada na calçada. “Fazer o que meu senhor. O jeito é voltar a cortar cana”, desabafa um ambulante alagoano. “O que o prefeito quer? Que a gente passe fome? Que a gente roube para sobreviver?”, questionava uma outra vendedora. Na roda de ambulantes formada na esquina da Doze com Cincinato, havia quem questionasse a PM. “Por que eles (policiais) não vão atrás dos bandidos e traficantes que se escondem nas favelas?”
Firme em sua determinação de conduzir da melhor forma a nova missão que lhe foi confiada, o capitão PM Marlon Luiz Silva, comandante da 1ª Companhia, no entanto alerta: “Na passagem de nível da CPTM (no final da Doze de Outubro) também encontramos bandidos e traficantes”.
