O Agora de|Dani Gurgel

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Foto:

Dani Gurgel

Cantora e fotógrafa, Dani Gurgel lançou o
CD Agora, o terceiro de uma carreira que iniciou com flautinha doce aos
três anos. Como instrumentista, toca piano, sax barítono e contrabaixo.
Cantar veio depois e, com a voz, Dani está trilhando um sólido
trabalho. No novo CD, ela reuniu jovens talentos e inovou na produção
com a venda antecipada e parceria com um selo norte-americano para
distribuir seu trabalho no exterior. Nesta entrevista em seu
apartamento na Vila Leopoldina, ela conta sua trajetória musical e seus
planos para 2010.

Quando você iniciou sua história com a música?
Comecei cedo na música, com três anos de idade, por vontade própria.

Que instrumentos você toca?
Comecei
com flautinha doce. Toco piano, flauta doce, saxofone barítono –
instrumento que fiquei mais tempo e com o qual mais trabalhei
profissionalmente. E toquei em big bands bastante tempo e música
instrumental. Toquei com Roberto Sion e com o Zimbo Trio, entre outros.

Você é formada em música?
Fiz
publicidade. Quando fui prestar vestibular, já vivia de música e de
fotografia, desde os 13 anos. Resolvi prestar uma faculdade que pudesse
usar nas duas áreas.

E cantar, quando você começou?
Nem
imaginava que iria virar cantora. Aos quinze anos quis tocar
contrabaixo para fazer parte da “cozinha” da banda, da sessão rítmica.
É onde o pessoal faz o suingue de verdade. Não queria fazer solo ou
improvisar. Com o contrabaixo comecei a compor. Daí senti necessidade
de colocar letras e comecei a cantar.

Com mãe pianista e pai saxofonista, eles te influenciaram?
Meu
pai não toca mais profissionalmente. Nunca tive influência do tipo
“faça isso”. A música sempre aconteceu para mim. Com três anos, eu pedi
para fazer aula de música, porque via o prazer que minha mãe tinha
tocando. Eles facilitaram, mas nada foi imposto.

Depois que se descobriu cantora não parou mais?
Fui gostando e descobri a voz como instrumento. Nos shows, toco guitarra. Mas nos CDs apenas canto.

Ter sido instrumentista antes ajuda na hora de cantar?
Faz
toda a diferença. É muito importante saber o que estou cantando. Sei
que nota posso mudar ou não e o que posso improvisar. Nas bandas você
faz parte de um grupo e não responde sozinho por nada. Se você errou,
todo o grupo cai. Você é responsável pelo grupo e vice-versa. Cantar em
coral é outra experiência muito importante.

Como você define seu estilo?
Faço
música brasileira com influência de jazz, bossa nova, mas não me limito
a esses ritmos. Quero buscar todos os ritmos de todos os lugares do
Brasil. Meu trabalho tem de tudo. Tem baião, samba tradicional e mais
rápido. Tem até música africana, maracatu…

Que influências você tem?
Elis
Regina sempre foi para mim uma referência. Não só pela maneira de
cantar, como o jeito de levar o trabalho. Ela fazia uma coisa que eu
acho essencial: não gravava um monte de música que já tinha dado certo
só para ver se emplacava de novo. Gravou Gilberto Gil, Fagner, Belchior
quando eles eram desconhecidos. Muitos surgiram através da voz da Elis.
E fiz o mesmo quando escolhi o repertório do Agora.

No Agora, são músicas suas e de parceiros?
O CD é bem equilibrado. Tem músicas só minhas e de parceiros. Mas sempre gente nova. E, com certeza, vamos escutar esse pessoal.

Você é cantora, é fotógrafa e tem um estúdio de música.
Sim, mas o estúdio (Oca) é do meu marido (Thiago Rabello). Fica na Rua Cláudio, na Lapa.

Que tipo de fotografia você faz?
Faço muita capa de CDs. Já fiz capa para a Mônica Salmaso e Pau-Brasil.

Ser música ajuda na hora de clicar os músicos?
Com
certeza. Na hora de transformar a música em uma imagem, acho mais
bacana chamar alguém que vai entender sua música. Quem fotografa
música, no mínimo, deve ser apaixonado por música. Assim como quem
fotografa futebol, deve entender de futebol…

Dá para conciliar as atividades?
Levo
paralelamente as duas carreiras. Acho que é bom para a sanidade de
qualquer pessoa. Já tentei escolher entre elas, mas não consegui. São
profissões e paixões.

A forma de distribuir seu CD é diferente. Explique isso.
O
ArtistShare é um selo norte-americano e faz a distribuição do meu disco
pelo mundo inteiro. A Tratore distribui aqui no Brasil. E a produtora
Borandá vende meus shows. A parceria com a ArtistShare foi a
oportunidade que tive para divulgar esse disco de maneira diferente.

Foi um disco diferente dos outros que você fez?
O
CD foi pré-lançado em março de 2009. Em setembro foi finalizado. Em
março, eu defini quem iria participar, quem faria os arranjos. A data
de lançamento já estava marcada para 12 de setembro com o show no
Auditório Ibirapuera. Abrimos para quem quisesse comprar antes, e ele
pode acompanhar passo a passo, através de vídeos, como o CD foi feito.

E você ficou satisfeita com o resultado?
Deu
supercerto. Foi uma chance de mostrar para as pessoas o processo de
criação de um CD. A ideia é que a pessoa se sentisse parceiro. O
processo de criação não pode ser pirateado. O produto final, sim.

Você lançou o CD com uma série de shows…
Fiz
uma temporada no Vivo Music. Todos os 23 convidados que participaram do
disco foram divididos em quatro shows. São 15 compositores mais os
músicos. É todo mundo que está na capa do disco.

E como você reuniu essa turma?
Pedi músicas para alguns. Uns são amigos de longa data, outros são amigos mais recentes.

Como é seu trabalho nas rádios?
O
mercado de rádio é difícil de entrar. Com gravadora pequena é difícil.
Estou buscando achar espaço. A CBN é uma emissora que dá espaço pra
gente, apesar de não ser uma rádio que toca música.

Quais os planos para 2010, com o CD Agora?
Vamos sair de São Paulo para rodar o país. E pretendo também fazer shows fora do Brasil.

Desde quando você mora na Vila Leopoldina?
Vim para cá em julho de 2009.

Antes, você morava onde?
Vim
para cá depois de casar. Eu no Campo Belo e meu marido na Aclimação.
Mas nós trabalhamos aqui na Zona Oeste. A gente procurava um lugar
sossegado, por Perdizes, Vila Madalena… Ficamos seis meses
procurando. Quando achamos a Vila Leopoldina, resolvemos ficar por aqui.

Do que você gosta no bairro?
Acho
indispensável poder sair de casa a pé. Ir à padaria, ao correio, ter um
chaveiro perto… Sem precisar de carro. Quero também me sentar aqui na
varanda e ouvir o canto dos passarinhos… Moro em andar baixo e penso
que será legal quando nós resolvermos ter filhos… Aqui é muito
gostoso.

O que você gosta de ouvir em matéria de música?
Ouço tudo. Quem trabalha com música é essencial ouvir desde Michael Jackson a Beethoven. Temos de respeitar todos.

Quem quiser comprar os seus CDs, como deve fazer?
É só entrar no site e comprar o CD e também conhecer um pouco do meu trabalho. Tem até download grátis.

www.danigurgel.com.br

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